Após uma vida de serviços prestados ao Estado, alguns cães da Companhia Independente de Polícia com Cães (CIPCães) da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) estão pendurando as coleiras.
E aposentadoria, todo mundo sabe, deve ser sinônimo de descanso. Nesta
semana, a PMPE lançou a campanha “Adote um Herói”, para estimular a adoção
desses peludos que estão se afastando do trabalho.
Antes mesmo da divulgação da campanha, sete caninos tiveram o processo de
adoção iniciado, tendo como candidatos a tutores pessoas da própria polícia. No
momento, ainda há cinco cães à espera de um lar para curtir o merecido
descanso.
São três pastores alemães e dois pastores belgas-malinois. Eles têm 10
anos de idade e, como o canil da PMPE tem uma política de reprodução
controlada, eles não são castrados. Mas o procedimento é indicado pela equipe
ao futuro adotante.
Historicamente, os cães da polícia, ao se aposentarem, são adotados por
profissionais que atuaram com eles durante a carreira. Essa é a primeira
vez que é realizada uma campanha de adoção para incentivar a adoção por parte
da sociedade civil.
“Quando chegam aos oito anos, os cães entram em
processo de aposentadoria. Geralmente, as adoções acontecem por pessoas da
própria corporação, até mesmo pela ligação com o animal, um laço que deixa
ambos mais à vontade”, destaca o major André Pantaleão, comandante
da CIPCães.
Segundo ele, a intenção da campanha é estimular a adoção animal. Em 2017,
um suplemento normativo passou a permitir a doação/adoção de semoventes
(definição dada pelo Direito aos animais de bando que constituem patrimônio,
como cães e cavalos) que prestaram serviço ao Estado.
Existe uma ordem de prioridade na lista de adotantes. Entidades e órgãos
estaduais ocupam o topo. Depois, estão os condutores, adestradores e outros
profissionais que trabalham diretamente no cuidado diário dos animais.
Instalações e clubes sociais ligados à Secretaria de Defesa Social (SDS)
aparecem logo depois, seguidos de profissionais integrantes do quadro da SDS.
Instituições filantrópicas e cooperativas sociais sem fins lucrativos vêm
na sequência, com membros da sociedade civil encerrando a lista.
“Na prática, os interessados, em sua maioria, são os
profissionais que trabalharam com os cães, policiais militares e civis em geral”,
destaca o major Pantaleão.
Para adotar um herói da PMPE, é necessário cumprir um protocolo
específico. O passo inicial é apresentar documentos de identificação pessoal e
um requerimento de adoção do semovente.
A adoção é efetivada com a assinatura de um termo de responsabilidade –
que tem força de lei – e um termo de autorização para o acompanhamento
posterior à adoção.
Uma equipe multidisciplinar do canil fica responsável por acompanhar o
animal, com visitas periódicas para checar a saúde física, clínica e mental.
“Se for percebido qualquer problema, o cão retorna
para o canil e é novamente colocado para adoção. Mas, geralmente, os cães ficam
muito felizes em seus novos lares”, diz o comandante da CIPCães.
E, para aqueles que cresceram o olho na adoção pensando em ter um ex-cão
policial para fazer serviço de guarda, vai um aviso: o contrato de adoção não
permite que o animal faça qualquer serviço de guarda predial.
Mais que isso, o termo de responsabilidade veta a inclusão dos animais em
eventos esportivos e exposições. Exige ainda o compromisso do futuro tutor com
o fornecimento de uma alimentação adequada à espécie e idade do cão, bem como
remédios necessários, vacinação, vermifugação, espaço para atividades, entre
outros cuidados.
“O cão está indo para descansar e ser bem cuidado. E
salientamos que, se a pessoa não tiver condições de manter o animal, procure o
canil para devolvê-lo. Jamais deve abandonar o cão na rua”, frisou
o major.
Os interessados podem entrar em contato com a CIPCães através de mensagem
direta no perfil oficial no Instagram, o @cipcaes.pmpe, no telefone
3181-3641 ou no próprio quartel do canil d PMPE, na Avenida Hildebrando de
Vasconcelos, s/n, no bairro de Dois Unidos, no Recife.
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