Um esquema milionário de agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro capitaneado por um sargento da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e seu irmão foi desmantelado em operação deflagrada nas primeiras horas desta terça-feira (16/11) pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Equipes da Divisão de Roubos e Furtos (DRF) cumprem 15 mandados de busca e sete de prisão em Vicente Pires, Taguatinga e São Paulo.
A Operação S.O.S Malibu tem como principal alvo o sargento da
PMDF Ronie Peter Fernandes da Silva e seu irmão, o empresário Tiago Fernandes
da Silva (foto
em destaque). Ambos foram presos e são apontados nas investigações
da Coordenação de Repressão a Crimes Patrimoniais (Corpatri) como líderes de
uma organização criminosa especializada no empréstimo de dinheiro a juros
exorbitantes, caracterizando agiotagem ou usura.
A operação foi batizada em menção ao nome da concessionária de
veículos dos irmãos.
Quem não pagava as prestações em dia se tornava
alvo de violentas ameaças, segundo a PCDF. Durante as cobranças, além de coagir
as vítimas, o grupo tomava veículos e exigia a transferência de imóveis dos
endividados. A apuração ainda demonstrou que os valores da agiotagem eram
ocultados por meio da compra de veículos de luxo registrados em nome de
terceiros, além da utilização de empresas de fachada.
Assista:
Lavagem de dinheiro
De acordo com as investigações da
DRF, nos últimos dois anos, a organização criminosa comprou oito veículos da
marca Porsche, de valor unitário próximo a R$ 1 milhão, e, nos últimos seis
meses, movimentou mais de R$ 8 milhões distribuídos em sete contas bancárias.
Três
veículos Porsche e uma BMW X4 foram apreendidos durante a operação. Os carros estão avaliados em R$
3 milhões. A Justiça também autorizou o bloqueio de sete contas
bancárias, de pessoas físicas e jurídicas, e sequestro dos R$ 8 milhões
faturados com o esquema.
A engrenagem criminosa era altamente lucrativa
e demandava saques em espécie de quantias milionárias. Em ação controlada
comunicada à Justiça, equipes de policiais da DRF acompanharam dois saques
ocorridos em agências bancárias do DF – de R$ 800 mil e de R$ 530 mil.
Organização
estruturada
As
apurações conduzidas pela PCDF mostraram como funcionava a estrutura da
organização criminosa. O esquema era hierarquizado e havia divisão de tarefas.
Na cadeia de comando havia os irmãos Ronie e Tiago, que emprestavam os valores
e cobravam os endividados, mediante grave ameaça. O sargento da PMDF ainda era
responsável pela aquisição dos veículos de alto luxo.
Também foram presos na operação cinco
operadores financeiros do grupo, responsáveis pela dissimulação, isto é, pela
sequência de transações e saques em contas de empresas de fachada, que visavam
conferir aparência lícita aos valores faturados com a agiotagem. Três deles
também eram responsáveis pela ocultação do dinheiro, pois cediam os nomes para
o registro dos veículos de alto luxo, cujo verdadeiro dono era o sargento
Ronie.
Os mandados de prisão, busca domiciliar e apreensão e sequestro foram expedidos pelo juiz da Vara Criminal de Águas Claras. A operação contou com o apoio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil de São Paulo. (Via: Metrópoles)
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