O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), fez duras críticas à postura do presidente Luíz Inácio Lula da Silva (PT), afirmando que ele não pode continuar preso a ideologias ou “falando para uma bolha”, o que, segundo o parlamentar, tem levado o governo a cometer erros. Durante entrevista ao jornal O Globo, Motta ressaltou que, no cenário político atual, o presidente precisa estar mais atento às demandas reais do país e menos focado em discursos voltados apenas a seus apoiadores, uma prática que, segundo ele, tem causado instabilidade.
Motta também falou sobre a proposta que pretende apresentar ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, para resolver a questão das emendas parlamentares suspensas. Sua sugestão é que as regras de transparência, previstas para entrar em vigor a partir de 2025, sejam aplicadas retroativamente às emendas de 2024, com o intuito de dar mais clareza ao processo e resolver a impasse atual.
Além disso, o deputado se posicionou sobre temas polêmicos que devem ser debatidos nos próximos meses, como o projeto de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro. Para Motta, o consenso sobre a anistia será difícil de alcançar, principalmente devido à tensão que a pauta pode gerar com o STF e o Executivo. “Não podemos inaugurar o ano legislativo gerando mais instabilidade. Enfrentaremos os temas, mas com responsabilidade”, afirmou.
Questionado sobre seu posicionamento em relação à Lei da Ficha Limpa e à possível alteração na regra de inelegibilidade, o presidente da Câmara afirmou que, apesar de a questão ser discutida, sua presidência não tem intenção de mudar a lei de forma abrupta. Ele lembrou que, com eleições a cada dois anos, o tempo de inelegibilidade de oito anos se torna um período muito longo no cenário político atual.
Por fim, ao ser questionado sobre a recente declaração de Marcos Pereira, presidente de seu partido, que afirmou que o governo Lula está sem rumo, Motta concordou que o governo tem vacilado em algumas áreas, principalmente no campo econômico. Para ele, a falta de decisões firmes tem gerado instabilidade, e o governo precisa abandonar a postura ideológica e focar em resultados concretos para o país.
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