Quase cinco décadas. Esse é o período em que Francisco Costa Rocha, conhecido como Chico Picadinho, está preso por matar e esquartejar duas mulheres em São Paulo, nos anos 1960 e 1970. Desde sua captura, o homem, hoje com 82 anos, nunca mais experimentou a liberdade.
O primeiro crime foi cometido em 1966, quando Chico tinha apenas 24 anos. À época, ele matou a bailarina austríaca Margareth Suida, de 38, com quem teve relações sexuais após conhecer em um bar no centro da capital paulista.
Ela foi estrangulada, levada ao banheiro e teve o corpo retalhado em pedaços com uma lâmina de barbear. Chico tentou se desfazer das partes em uma mala e no vaso sanitário, mas acabou capturado e condenado a 18 anos de prisão. Apesar da pena, cumpriu apenas 8 anos e foi colocado em liberdade em 1974.
Dois anos, matou a prostituta Ângela de Souza e Silva, usando o mesmo modus operandi da primeira vítima. Francisco chamou um ex-detento para ajudá-lo a se livrar do corpo, mas a cena do crime era tão brutal que o homem vomitou no local e chamou a polícia. Chico Picadinho voltou a ser preso e foi condenado novamente, dessa vez a mais de 20 anos.
Ao longo dos anos, segundo o escritor Ullisses Campbell, o assassino passou por diversos exames psiquiátricos e foi diagnosticado com psicopatia. Mesmo após completar 30 anos de prisão — tempo máximo de pena — em 1998, a Justiça determinou que ele permanecesse em regime de medida de segurança, por ser considerado um risco permanente à sociedade.
Atualmente, Chico vive no Hospital de Custódia e Tratamento de Taubaté, unidade destinada a presos com graves transtornos mentais. De acordo com Ullisses Campbell, ele mantém uma rotina repetitiva, deixando a cela de manhã para ir até a biblioteca, onde lê, ouve rádio e pinta, sendo considerado um interno calmo.
Apesar do bom comportamento, o homem não recebe visitas há 20 anos e não participa das atividades coletivas da unidade. Este ano, Chico tentou pela vigésima vez sair da prisão, pedindo o fim da medida de segurança, mas foi negado.
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