As discussões em torno da
polêmica e conturbada relação envolvendo taxistas e representantes de
aplicativos de transporte alternativo, entre eles o Uber – plataforma recém
lançada no Recife -, chegaram à Assembleia Legislativa. Nesta terça (22), a Comissão de Negócios
Municipais promoveu a primeira de duas audiências públicas
previstas para debater o tema. Nesse encontro inicial, foram ouvidos os
profissionais que estão se inserindo no mercado através da plataforma digital,
os quais defendem a regulamentação da nova modalidade de serviço. Na próxima
audiência, marcada para segunda-feira (28), espera-se ouvir os argumentos dos
taxistas.
O
debate foi solicitado pelo deputado Rodrigo Novaes (PSD).
O parlamentar entende que essa é a melhor forma de se encontrar uma solução
pacífica para a questão. “Existe um processo natural de avanço tecnológico que
não há como conter. No entanto, é preciso um esforço para que esse movimento
não exclua categorias de trabalhadores, como a dos taxistas”, pontuou. O
entendimento foi compartilhado pelo presidente do colegiado, deputado Rogério Leão (PR).
“Na maioria das cidades brasileiras, o Uber está funcionando por meio de
liminares. Acredito que nós, agentes públicos e legisladores, podemos
contribuir nos antecipando e sugerindo os encaminhamentos mais pertinentes”,
complementou. Os parlamentares anunciaram que, após a segunda audiência
pública, será formado um grupo de trabalho para formular propostas de
entendimento.
Representando a T81, empresa
pernambucana em fase de implantação e com proposta similar ao Uber, Flávio
Guardia acredita que a melhor forma de evitar disputas de espaço é
trabalhar pela regulamentação do serviço. “Já que é impossível impedir o avanço
da tecnologia, o que o Poder Público deve fazer é impor limites, fiscalizar e
punir quem não cumprir as regras”, avaliou. “Como usuário de transporte público
e motorista parceiro do sistema Uber, afirmo que os elogios ao serviço são
frequentes e o preço é competitivo”, testemunhou o autônomo Josivan Rodrigues.
“As discussões devem ser direcionadas para atender os principais agentes
interessados: os usuários”, acrescentou Frederico Haecker, representante da Associação
Nacional dos Usuários de Estradas e Rodovias.
Presentes
ao encontro, os deputados Beto Accioly (PSL), Edilson Silva (PSOL)
e Socorro Pimentel (PSL)
defenderam a participação da Alepe na formulação de uma proposta que seja
interessante para todos os envolvidos. “Precisamos nos antecipar às discussões
para evitar que as ruas do Recife virem espaços de guerra, como vem ocorrendo
em outras cidades”, pontuou Accioly. “Diante dessa realidade de mudanças,
precisamos trabalhar para construir a melhor transição possível”, opinou o
psolista. “É importante que as autoridades reflitam que, com a mobilidade
urbana comprometida como está, abrem-se brechas para que outras modalidades de
serviços venham atender a população”, concluiu Socorro Pimentel. (Via: Alepe)
Blog: O Povo com a Notícia
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