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quarta-feira, 23 de março de 2016

Embates envolvendo taxistas e operadores do Uber chegam à Assembleia

As discussões em torno da polêmica e conturbada relação envolvendo taxistas e representantes de aplicativos de transporte alternativo, entre eles o Uber – plataforma recém lançada no Recife -, chegaram à Assembleia Legislativa. Nesta terça (22), a Comissão de Negócios Municipais promoveu a primeira de duas audiências públicas previstas para debater o tema. Nesse encontro inicial, foram ouvidos os profissionais que estão se inserindo no mercado através da plataforma digital, os quais defendem a regulamentação da nova modalidade de serviço. Na próxima audiência, marcada para segunda-feira (28), espera-se ouvir os argumentos dos taxistas.

O debate foi solicitado pelo deputado Rodrigo Novaes (PSD). O parlamentar entende que essa é a melhor forma de se encontrar uma solução pacífica para a questão. “Existe um processo natural de avanço tecnológico que não há como conter. No entanto, é preciso um esforço para que esse movimento não exclua categorias de trabalhadores, como a dos taxistas”, pontuou. O entendimento foi compartilhado pelo presidente do colegiado, deputado Rogério Leão (PR). “Na maioria das cidades brasileiras, o Uber está funcionando por meio de liminares. Acredito que nós, agentes públicos e legisladores, podemos contribuir nos antecipando e sugerindo os encaminhamentos mais pertinentes”, complementou. Os parlamentares anunciaram que, após a segunda audiência pública, será formado um grupo de trabalho para formular propostas de entendimento.

Representando a T81, empresa pernambucana em fase de implantação e com proposta similar ao Uber, Flávio Guardia acredita que a melhor forma de evitar disputas de espaço  é trabalhar pela regulamentação do serviço. “Já que é impossível impedir o avanço da tecnologia, o que o Poder Público deve fazer é impor limites, fiscalizar e punir quem não cumprir as regras”, avaliou. “Como usuário de transporte público e motorista parceiro do sistema Uber, afirmo que os elogios ao serviço são frequentes e o preço é competitivo”, testemunhou o autônomo Josivan Rodrigues. “As discussões devem ser direcionadas para atender os principais agentes interessados: os usuários”, acrescentou Frederico Haecker, representante da Associação Nacional dos Usuários de Estradas e Rodovias.

Presentes ao encontro, os deputados Beto Accioly (PSL), Edilson Silva (PSOL) e Socorro Pimentel (PSL) defenderam a participação da Alepe na formulação de uma proposta que seja interessante para todos os envolvidos. “Precisamos nos antecipar às discussões para evitar que as ruas do Recife virem espaços de guerra, como vem ocorrendo em outras cidades”, pontuou Accioly. “Diante dessa realidade de mudanças, precisamos trabalhar para construir a melhor transição possível”, opinou o psolista. “É importante que as autoridades reflitam que, com a mobilidade urbana comprometida como está, abrem-se brechas para que outras modalidades de serviços venham atender a população”, concluiu Socorro Pimentel. (Via: Alepe)

Blog: O Povo com a Notícia