A presidente Dilma Rousseff
defendeu seu poder como chefe republicana durante entrevista coletiva, na tarde
desta quarta-feira (16), no Palácio do Planalto, ao anunciar a ida do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil da Presidência da
República. Dilma respondeu aos principais questionamentos da imprensa quanto à
perda de poder, exigências de Lula e qual o papel dele na nova etapa do
governo.
A
presidente afirmou que o convite se deu pelo papel importante que o
ex-presidente teve durante os dois anos do seu mandato e os seis dela. “A vinda
do presidente Lula para o Ministério é algo bastante importante por dois
motivos: o primeiro é inequívoca a experiência do presidente. A segunda é o
conhecimento do Lula sobre o país, as necessidades do país, o compromisso com
políticas estratégicas que é necessário ter para que a gente tenha o
desenvolvimento mais continental. A inequívoca experiência em políticas em
geral, de infraestrutura e social. Será um grande ganho para o meu governo”,
afirmou.
Dilma
criticou setores da imprensa ao dizer que ‘tentam separa-la’ do ex-presidente.
“Eu vou até rir [com a pergunta]. Tenho cinco anos de governo e vocês tentam me
separar do Lula. A minha relação com Lula não é uma relação de poder ou
subpoder, é uma relação de quem constrói um projeto. Lula terá os poderes
necessários para me ajudar e ajudar o Brasil”, considerou.
Sobre a
ida do ex-presidente para lhe garantir foro privilegiado, Dilma criticou
severamente. “Vocês precisam ter cuidado com uma afirmação dessa. Por trás
dessa afirmação há uma suspeita no Supremo Tribunal Federal. A ida de um
presidente, ministro, ou deputado não significa que ele não será investigado,
mas por quem é investigado. Por trás dessa firmação de se esconder seria uma
desconfiança do Supremo? Por que?”, retornou a pergunta aos jornalistas.
Em
relação à dúvidas do ex-presidente em aceitar o cargo, Dilma explicou que a
decisão foi tomada desde ontem, mas a principal preocupação de Lula era em
relação à oposição. "O presidente Lula tinha dúvidas se deveria ou não
assumir, mais ligadas à situação do confronto com a oposição do que este tipo
de questão [decisões do STF]. Acho que essas dúvidas foram integralmente
superadas", atestou.
Se
novas mudanças nos ministérios foram solicitadas por Lula, Dilma negou.
"“Nem o ministro Nelson [Barbosa, da Fazenda] ou [Alexandre] Tombini
vão sair. Eles estão mais dentro do governo que nunca, tem coisas um pouquinho
acima do noticiário especulativo. Não se admite essa especulação, isso cria
turbulência na economia”, declarou.
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