Órgãos de inteligência do governo
federal receiam que ocorra uma elevação no volume do armamento que entra
ilegalmente no Brasil. Avaliam que é grande o risco de o país sofrer o que um
ministro chama de “inundação de armas”. Elas passaram a chegar em maior
quantidade de dois países vizinhos: Venezuela e Colômbia. E reforçam o arsenal
do crime organizado, sobretudo no Rio e em São Paulo.
Relatórios sigilosos vinculam o incremento no comércio ilegal
de armas a dois fenômenos: o derretimento do regime bolivariano na Venezuela e
a desmobilização das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Armadas
pelo ex-presidente Hugo Chávez, morto em 2013, milícias pró-governo descobriram
na venda de fuzis uma fonte de renda para enfrentar a crise na Venezuela.
Guerrilheiros das Farc também levam suas armas ao balcão.
A elevação da oferta provoca um barateamento do produto. Em
consequência, cresce o volume de vendas. São cada vez mais frequentes as
apreensões de armas de fabricação Russa nas mãos de criminosos brasileiros.
Suspeita-se que tenham sido originalmente importadas pelo governo de Hugo
Chávez, que se dissolve nas mãos do sucessor Nicolás Maduro.
Outra grande preocupação do governo na área da segurança
pública é a “nacionalização” das facções criminosas de São Paulo (Primeiro
Comando da Capital, PCC) e do Rio de Janeiro (Comando Vermelho, CV). Elas já
controlam os principais presídios do Norte e do Nordeste. Estiveram por trás
dos surtos de violência que ocorreram recentemente no Maranhão, no Rio Grande
do Norte, Roraima e Rondônia.
O expansão do PCC é a que mais inquieta o setor de
inteligência. A organização criminosa paulista revela-se mais uniforme e dispõe
de maior capacidade econômica do que sua congênere carioca. Já começou a operar
no Paraguai, onde disputa território com quadrilhas locais. Avalia-se em
Brasília que o PCC persegue o modelo do Cartel de Medellín —a rede de traficantes
de drogas que surgiu na Colômbia na década de 1970 e se espalhou na década de
1980 por países como Bolívia, Peru, Honduras e até Estados Unidos.
As inquietações do setor de inteligência contrastam com a
incapacidade que o Estado vem demonstrando no Brasil de lidar com o avanço da
criminalidade. O crime é organizado porque os governos estaduais e a União
revelam-se cada vez maos avacalhados. A penúria do Tesouro Nacional e a ruína
dos cofres estaduais tendem a agravar o problema. (Via: Blog do Josias de Souza)
Blog: O Povo com a Notícia