O mercado financeiro comemora a
vitória de Jair Bolsonaro (PSL) com a queda do dólar e alta na Bolsa na manhã
desta segunda-feira (29), primeiro pregão após a eleição presidencial. Mas
investidores começam a colocar na pauta as demandas de detalhamento de medidas
econômicas.
Há pouco, o dólar recuava 0,79%, a R$ 3,6270, após ter aberto abaixo de R$ 3,60. Entre moedas emergentes, o real é apenas a quarta entre as que mais se valorizam ante o dólar.
Já a Bolsa brasileira sobe 1,54%, a 87.040 pontos, após ter saltado quase
3% na abertura do pregão. No exterior, as Bolsas sobem percentuais semelhantes.
Para manter a euforia, investidores acompanharão anúncio de reformas e a
escolha do novo presidente do Banco Central. O economista liberal Paulo Guedes,
guru de Bolsonaro, já foi anunciado como futuro ministro da Fazenda.
"Os detalhes da política econômica da nova administração ainda não estão
claros e precisam ser conhecidos, uma vez que o gasto fiscal, a reforma da
Previdência e o apoio político no Congresso serão desafios para 2019 e
além", escreveu a agência de classificação de risco Moody's.
A campanha deste ano foi atípica porque Bolsonaro não participou de
debates e, portanto, não esmiuçou seu plano de governo. "Apesar de
Bolsonaro não ter articulado integralmente a sua agenda para a política
econômica, os investidores têm a percepção de que ele provavelmente buscará
políticas pró-mercado, beneficiando vários setores da economia", disse em
nota a vice-presidente da Moody's Samar Maziad.
O BTG Pactual avalia que a escolha de uma equipe econômica forte
e pró-mercado vai mostrar a investidores que o governo está indo
na direção correta. "Além disso, o firme compromisso com uma profunda
reforma da Previdência é um passo necessário para criar bases para uma
recuperação mais sustentável."
O banco de investimentos reforçou sua projeção de que a Bolsa pode subir
para 90 mil pontos e que um discurso firme da equipe econômica sobre reforma da
Previdência pode levar o Ibovespa aos 105 mil pontos.
Para a Guide Corretora, agora o mercado financeiro quer saber quem
será o novo presidente do Banco Central. E destacou que a lua de mel do mercado
financeiro com Bolsonaro tem prazo de validade, "que é a
primeira grande votação majoritária do governo no Congresso."
Enquanto esse momento não chega, o presidente eleito precisa criar uma
frente parlamentar ampla com vários partidos e mostrar que está que está
de fato comprometido com a agenda econômica reformista e liberalizante que o
país tanto precisa, diz a corretora em relatório a clientes.
A avaliação do banco UBS é semelhante. Segundo a instituição, o mercado
brasileiro teve bom resultado, especialmente se considerado o ambiente
desafiador no exterior. "Com a ampla antecipação da vitória de Bolsonaro
[...], a continuidade da boa performance dos ativos no mercado brasileiro será
influenciada pela habilidade de manter as expectativas de aprovação das
reformas econômicas, especialmente a da Previdência." (Via: Folhapress)
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