Centenas de milhares de pessoas explodiram de alegria neste
domingo (28) nas ruas de várias cidades brasileiras com a vitória do candidato
da extrema direita, Jair Bolsonaro (PSL),
nas eleições presidenciais. Em frente ao condomínio onde mora o capitão do
Exército na reserva na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, abraços,
gritos de emoção e alegria se misturaram ao espocar dos fogos de artifício.
"Não tenho nada a temer de um governo de um ex-militar. Este país precisa de ordem, e pior não pode ficar, com tanta corrupção e insegurança", exclamou, à beira das lágrimas, a professora aposentada Jaz Lima, 60 anos. Gritos de alegria deram lugar a insultos ao Partido dos Trabalhadores (PT), do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-10) e do candidato derrotado, Fernando Haddad.
"Não tenho nada a temer de um governo de um ex-militar. Este país precisa de ordem, e pior não pode ficar, com tanta corrupção e insegurança", exclamou, à beira das lágrimas, a professora aposentada Jaz Lima, 60 anos. Gritos de alegria deram lugar a insultos ao Partido dos Trabalhadores (PT), do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-10) e do candidato derrotado, Fernando Haddad.
Um boneco inflável com a imagem de Lula vestindo uma roupa de presidiário foi erguido
pela multidão, evocando os graves escândalos de corrupção que envolveram seu
partido e muitos outros do espectro político. Um dos pontos altos da campanha
de Bolsonaro, que venceu estas históricas eleições filiado
ao PSL, um minúsculo partido, e armado com as redes sociais, é sua promessa
de combater com firmeza a corrupção e as elevadas cifras de violência, que em 2017 resultaram em
mais de 63 mil mortes.
"Aqui está este povo indignado,
inconformado com a corrupção e a insegurança, acompanhando Bolsonaro. Este povo
falou. É a primeira vez em que me sinto representado",
disse André Luiz Lobo, um empresário negro de 38 anos.
A ascensão deste nostálgico da ditadura militar (1964-1985), partidário da flexibilização do porte de armas e de proteger juridicamente os policiais no exercício de sua atividade fizeram surgir temores na população sobre a possibilidade de violação dos direitos humanos.
A ascensão deste nostálgico da ditadura militar (1964-1985), partidário da flexibilização do porte de armas e de proteger juridicamente os policiais no exercício de sua atividade fizeram surgir temores na população sobre a possibilidade de violação dos direitos humanos.
Apoiadores de Bolsonaro fazem
flexões de braço - Crédito: Sergio Lima/AFP
Seu gesto de simular uma pistola com
o dedo polegar e o
indicador virou um símbolo e era repetido neste domingo por seus simpatizantes.
"Violência é o que nós passamos", exclamou Eraldo Sá, um policial
militar reformado que há um ano foi assaltado, ao lado da esposa e da filha, "com três fuzis". Sá, de 66
anos, definiu "o regime militar, não a ditadura", como um "grande momento"
para o Brasil. "Quem tem medo desse período quer a desordem",
concluiu.
"Livres da Venezuela e Cuba"
Envolto na bandeira
do Brasil, Daniel Reunieri, um advogado de 43 anos, saiu para comemorar a
vitória na Avenida Paulista, a principal via de São Paulo, sob um forte esquema
de segurança. "Bolsonaro está virando a página da corrupção no Brasil", disse
Reunieri à AFP. Um helicóptero sobrevoava o local, enquanto fogos de artifício
iluminavam os céus. Bolsonaristas aplaudiam a passagem de homens da Polícia
Militar.
Vestindo camisetas
pretas estampadas com o rosto de Bolsonaro, o casal Ariani e Luis Machado, com a filha de três anos,
esperam que o militar faça "o Brasil de novo uma grande nação", ao estilo
da promessa feita antes de chegar à Casa Branca o presidente americano, Donald Trump, de quem o capitão
se diz admirador.
Ao seu lado, enquanto agitava uma bandeira verde e amarela, a médica Sheila
Sani, de 58 anos, exclama: "o Brasil está livre do comunismo, do comunismo da Venezuela e de Cuba".
Bolsonaro, militar da reserva de 63 anos, conseguiu capitalizar a decepção e a raiva da população, abalada por anos de recessão e estagnação, e exausta de escândalos de corrupção. A festa resultou em confusão entre apoiadores de Bolsonaro e Haddad no Rio de Janeiro e em Salvador, onde uma mulher ficou ferida sem gravidade. (Via: AFF - Folha PE)
Bolsonaro, militar da reserva de 63 anos, conseguiu capitalizar a decepção e a raiva da população, abalada por anos de recessão e estagnação, e exausta de escândalos de corrupção. A festa resultou em confusão entre apoiadores de Bolsonaro e Haddad no Rio de Janeiro e em Salvador, onde uma mulher ficou ferida sem gravidade. (Via: AFF - Folha PE)
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