O resultado desfavorável da
primeira pesquisa do Datafolha para o candidato do PT, Fernando Haddad, está
criando um efeito colateral nas buscas ao seu nome no Google. Não em função da
diferença para Jair Bolsonaro.
Entre ontem até às 16h, considerando os cinco termos que mais despertaram
interesse da opinião pública digital nas consultas, quatro estão relacionados à
declaração de Katia Abreu. Ela pediu a renúncia do petista em benefício de Ciro
Gomes na disputa contra Bolsonaro.
O interesse na expressão “renúncia de Haddad” cresceu 3.750%. E o dado
mais preocupante para o candidato do PT. Entre os dez estados que mais procuram
informações sobre o assunto, sete estão no Nordeste, a última trincheira do PT
contra o avanço do candidato do PSL.
Fernando Haddad também enfrenta outro problema no Facebook. Nesse momento,
enquanto investe recursos para impulsionar 11 posts da sua fanpage, sendo um
deles contra Bolsonaro com foco nos usuários do Nordeste, o candidato do PSL é
beneficiado pelos novos aliados que disputarão o segundo turno nos Estados.
Bolsonaro também aparece em 10 posts patrocinados, não pagos por sua
campanha. Os candidatos Reinaldo Azambuja (PSDB – MS), José Ivo Sartori
(PMDB-RS) e o deputado não reeleito José Carlos Aleluia (DEM-BA) estão
comprando mídia no serviço para anunciar o voto no candidato. Sartori é o mais
entusiasmado com o impulsionamento de quatro posts a partir da sua fanpage.
BASE DE FÃS E SEGUIDORES
Mesmo com a conquista de 837 mil novos fãs e seguidores nos últimos cinco
dias – a base cresceu 45% — nas suas redes sociais, Fernando Haddad ainda está
bem distante de Bolsonaro, que até às 23h59 de deve ultrapassar a barreira de
15 milhões de aliados digitais.
Entre domingo e hoje, o deputado ganhou 1,4 milhão de fãs, mas essa não é
a sua única vantagem. Na relação compartilhamentos por post na fanpage da
campanha, dentro desse intervalo, Bolsonaro alcançou a média de 49.811 contra
11.066 de Haddad.
ANÁLISE BITES
Geraldo Alckmin foi o candidato que mais subestimou o efeito da Internet
na eleição de 2018, mas o PT também não colocou muito esforço no universo
digital.
Havia a crença no partido que seus militantes, já treinados no episódio do
impeachment iriam trabalhar no mesmo ritmo dos bolsonaristas. O apoio de Lula
também seria suficiente para compensar o crescimento digital de Bolsonaro. E
ainda havia o tempo do horário eleitoral.
A só acordou agora para a dinâmica da opinião pública digital.
O flanco aberto por Kátia Abreu é apenas um entre aqueles que o PT precisa
administrar na Internet. A legenda reservou R$ 700 mil do fundo partidário para
o impulsionamento de conteúdo nas redes sociais, mas, talvez, não haverá tempo
suficiente para superar a vantagem de Bolsonaro. (Por
Manoel Fernandes, no relatório Bites – Blog do Jamildo)
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