Eleitor, hoje é o dia em que você pode mudar e ou permanecer com os destinos do seu município. Em muitas cidades do interior desse Brasil, sendo mais comum nos rincões do Nordeste, em dia de eleições se perguntar ao eleitor se ele votou certo, consciente. E a resposta é sempre a mesma: “votei mesmo!”. Deixa que muitos deles votaram porque alguns candidatos inescrupulosos compareceram em suas casas na calada da noite, geralmente são casas bem humildes, de pessoas necessitadas, e os convencem a votarem em troca de uma compra de votos, em troca de 48 meses de um bom salário, e compram a consciência de qualquer homem faminto com uma cesta básica ou qualquer outra migalha.
A Lei nº 9.504/97, art. 39, § 6º, acrescido pela Lei nº 11.300/2006 é muito clara quando se tem um poder fiscalizador, onde diz que: “É vedada na campanha eleitoral a distribuição por comitê ou candidato, ou com a sua autorização, de cestas básicas ou quaisquer outros bens ou materiais, doar, oferecer, prometer ou entregar qualquer bem ou vantagem pessoal, inclusive emprego ou função pública, com o objetivo de conseguir voto”.
Mas não é isso o que se vê nesses interiores. O que vemos com facilidade e aos olhos dos fiscalizadores são exatamente o oposto da Lei. Não se guardam sigilos das doações ilegais aos eleitores na campanha eleitoral, muitos candidatos chegam a fazer piadas de certos eleitores porque quando chegam às suas casas para pedirem o voto, recebem uma lista de pedidos. Não sabem os candidatos que os eleitores estão famintos assim por dois motivos. 1º) Foram os políticos que viciaram os eleitores nesses pedidos e 2º) Os eleitores de tanto assistir falcatruas, corrupções e escândalos pensam logo, “se eles pensam que vão comer sozinhos estão enganados”. Não podemos culpar os eleitores, pra isso eles colocaram a cabeça para funcionar.
Só não funciona melhor porque, já que trocaram seus votos por migalhas, que cheguem na urna e votem contra aqueles que praticam esses atos ilegais…ai sim, se fizessem isso talvez os sabidos não fossem os candidatos, mas os eleitores. Alguns eleitores já usam essa artimanha, não se pode negar.
Esses eleitores precisam abrir mais os olhos pra outra coisa, os que se vendem a troco das ditas migalhas, essas se acabam antes mesmo dos candidatos dele assumirem uma cadeira no legislativo, ou mesmo na Prefeitura, porque essa prática é válida para todos. Portanto é bom lembrar que vocês, eleitores, não adianta nem pensar em pedir algum favor ao seu candidato após as eleições ou durante os quatro anos do seu mandato, lembre-se que vão passar mais uma legislatura comendo pão e água e por quê? Seu voto foi vendido ou trocado, lembra? Enquanto que seus candidatos estarão começando a festejar no dia 1º de janeiro do ano pós-eleição, isso porque irão receber mensalmente e durante os quatro anos, sem muito suor ou dividir com ninguém, um pomposo salário, caia chuva ou faça sol. ( Por Pedro Araújo)
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