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sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Quase uma semana após chacina em Sanharó, crime permanece sem muitas respostas

Quase uma semana após a chacina que chocou os moradores de Sanharó, no Agreste do Estado, os criminosos permanecem foragidos. O episódio de horror aconteceu na madrugada do sábado (07), durante um evento beneficente para arrecadar donativos para os moradores que foram prejudicados com as chuvas registradas no município. Duas pessoas morreram na hora. Outras seis foram socorridas e levadas para unidades de saúde. Destas, três morreram, duas continuam internadas e uma recebeu alta. 

Uma jovem de 17 anos estava no local no momento em que toda confusão aconteceu. Ela foi atingida com um tiro nas costas, passou por uma cirurgia e recebeu alta no último domingo (08). 

“Quando eu vi que tinha levado um tiro, caí na hora e fiquei sem sentir as pernas. Minha prima, quando viu que eu não tinha ido atrás dela, voltou e me ajudou”, relatou. 

Além dela, Jamerson Leite, 23, e Diego Henrique, 24, também foram atingidos pelos tiros, mas ainda não receberam alta e seguem em recuperação na enfermaria do Hospital Regional do Agreste (HRA). Já José Jean Batista de Freitas, de 24 anos, que também foi ferido, recebeu atendimento numa unidade hospitalar em Sanharó e já passa bem. 

De acordo com a Polícia Militar, cerca de 300 pessoas estavam participando da festa beneficente quando dois homens, que ainda não foram identificados, chegaram no local atirando e fugiram logo em seguida.

Emily Aquino, de apenas 18 anos, foi uma das vítimas fatais. De acordo com uma amiga próxima da jovem, ela era bastante envolvida com causas sociais e tinha como propósito de vida ajudar as outras pessoas. Emily começaria a cursar gastronomia em uma faculdade no município de Caruaru, mas teve a vida interrompida. 

Segundo o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), a festa beneficente não tinha autorização para acontecer e os organizadores do evento podem ser responsabilizados civil e criminalmente pela tragédia.

“Dias antes, os responsáveis vieram nos procurar para pedir autorização para a festa ocorrer, mas não houve a autorização por dois motivos: estamos num momento de pandemia e não haveria segurança para evitar aglomerações e garantir que as pessoas que participassem do evento não iriam pegar a covid-19. Segundo porque estamos em período eleitoral, por isso também barrei”, afirmou o promotor de Justiça Jefson Romaniuc.

“Insatisfeitos, os responsáveis procuraram a Polícia Militar, que também não autorizou alegando que o evento não tinha estrutura adequada. Mesmo assim, eles fizeram o evento. Os responsáveis assumiram a posição de garantidor, ou seja, assumiram o risco do resultado, que infelizmente acabou em tragédia, por isso podem vir a ser responsabilizados por homicídio doloso. Após a conclusão das investigações é que saberemos”, completou.

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