Em resposta às declarações do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério da Defesa informou, na noite deste domingo (24), que “repudia qualquer ilação ou insinuação, sem provas” de que as Forças Armadas “teriam recebido suposta orientação para efetuar ações contrárias aos princípios da democracia”.
“Afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o
sistema eleitoral, ainda mais sem a apresentação de qualquer prova ou evidência
de quem orientou ou como isso aconteceu, é irresponsável e constitui-se em
ofensa grave a essas Instituições Nacionais Permanentes do Estado Brasileiro.
Além disso, afeta a ética, a harmonia e o respeito entre as instituições”, diz
trecho da nota, assinada pelo ministro da Defesa, o general Paulo Sérgio
Nogueira de Oliveira.
Em seminário promovido por uma universidade alemã, Barroso disse
mais cedo que vê as Forças Armadas sendo orientadas para atacar o processo
eleitoral. Ele também afirmou que o Brasil é um dos países que testemunham a
ascensão do populismo autoritário e relembrou episódios como o desfile de
tanques na Esplanada dos Ministérios e os ataques do presidente Jair Bolsonaro
às urnas eletrônicas. Segundo Barroso, existe uma tentativa de levar as Forças
Armadas ao “varejo da política”. Para ele, é importante que os comandantes
militares evitem esse tipo de contaminação.
No ano passado, em meio à pressão do presidente Jair Bolsonaro,
que atacava sem provas a segurança das urnas eletrônicas, o Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), que era presidido por Barroso, convidou representantes das
três Forças para participarem do processo de fiscalização das urnas. Na nota
divulgada neste domingo, o Ministério da Defesa destacou que as Forças Armadas
aceitaram o convite “republicanamente” e “apresentaram propostas colaborativas,
plausíveis e exequíveis”.
O ministério destacou, ainda, que as Forças Armadas têm a “ampla
confiança da sociedade”, o que é demonstrado por pesquisas e pelo contato
regular dos militares com a população. Ressaltou, também, que elas têm “uma
história de séculos de dedicação a bem servir à Pátria e ao Povo brasileiro,
quer na defesa do País, quer na contribuição para o desenvolvimento nacional e
para o bem-estar dos brasileiros”.
E concluiu a nota dizendo: “Assim, o prestígio das Forças
Armadas não é algo momentâneo ou recente, ele advém da indissolúvel relação de
confiança com o Povo brasileiro, construída junto com a própria formação do
Brasil.” (Via: Agência Brasil)
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