É ainda incerto de quem será a última palavra sobre a perda de mandato de Daniel Silveira (PTB-RJ), que teve a cassação de seu mandato decidida ontem pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Se o
futuro do mandato de Silveira depender do plenário da Câmara, há uma incógnita
e uma certeza: não se sabe o placar, mas ele não terá mais contra ele aqueles
364 votos que o mandaram para a prisão há pouco mais de um ano.
Parlamentares
bolsonaristas e do Centrão já se articulam para tentar salvar o mandado de
Silveira, caso o assunto chegue ao plenário.
O líder
do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), que “repudiou” o que “ativismo
político” do STF, disse ao Blog do Noblat que no plenário a decisão de perda do
mandato do aliado será revista.
“Temos
uma grande oportunidade de colocar as coisas no devido lugar” – disse Barros.
Vice-líder
do PP, o deputado Neucimar Fraga (ES) disse que irá até trabalhar a favor do
deputado fluminense e classificou como “arbitrária” a sentença da maioria dos
ministros do STF. O sentimento dele é que Silveira será salvo por seus pares.
“Se for
para o plenário, meu sentimento é que ele pode escapar. Se depender do meu
voto, ele escapa. A decisão do Supremo foi arbitrária, ilegal e
inconstitucional. A Constituição é bem clara sobre a imunidade pela palavra.
Não concordo com o que ele, Daniel, falou, mas ele tem o direito de falar” –
disse Fraga.
O
deputado Hildo Rocha (MDB-MA), primeiro vice-líder do partido na Câmara,
afirmou que muitos deputados que votaram contra Silveira na votação de sua
prisão hoje se posicionaria a seu favor. Ao mesmo tempo, acha que pode ter
deputado que votou contra sua prisão, mas que agora, dada a decisão dura do
tribunal, pode mudar de ideia e confirmar sua cassação no plenário.
Rocha
está certo de que a abstenção será alta e diz que os parlamentares prefeririam
que esse caso fosse decidido pela Mesa da Câmara, não pelo plenário.
“Tenho
conversado com os deputados. Muitos que votaram nele ano passado vão modificar
o voto. Como do outro lado também pode ter quem altere sua posição. Eu, por
exemplo, votei para que ele não fosse preso. Mas hoje não sei como votaria.
Tenho que estudar o caso” – disse Hildo.
“A
posição do Arthur Lira, a favor ou contra, vai pesar também. Ele tem sua
influência, ainda que tenha perdido algumas votações ultimamente. Mas acredito
que a maioria dos deputados iriam preferir não ter que votar isso. A abstenção
será alta, tenha certeza” – afirmou o emedebista.
Líder do
PTB na Câmara – partido de Silveira -, o deputado Paulo Bengtson (PA) afirmou
que o sentimento da casa hoje é bem diferente daquele de um ano atrás. Ele
aposta que, se a cassação for a plenário, seu aliado terá o mandato preservado.
“Acredito
que ele será salvo pelo plenário, não vão cassá-lo. Ele já ficou preso, já teve
a punição dele. Já pagou pelo o que fez e pesa também que o STF exagerou na
dosimetria de sua pena. Pelo amor de Deus!” – disse Bengtson. (Via: Metrópoles)
Blog: O Povo com a Notícia