Preso nesta quinta-feira (13), em Abu Dhabi, o empresário Thiago Brennand pode demorar para ser recambiado ao Brasil, por causa de uma questão burocrática. O tratado de extradição entre o Brasil e os Emirados Árabes Unidos foi assinado pelos governos em março de 2019, mas, desde então, não saiu da pela Câmara dos Deputados. Somente quando passar pelo Legislativo e for sancionado pela Presidência da República, ele terá validade.
De acordo com o Jornal Folha de São Paulo, que entrevistou alguns especialistas, o Brasil deverá recorrer a vias diplomáticas ou a um acordo de princípio de reciprocidade com os Emirados Árabes –neste caso, o governo brasileiro teria de fazer o mesmo se houver um pedido de extradição do outro país. "Observando, por óbvio, o que foi negociado no tratado, mas que ainda não está em vigor no Brasil", afirma o advogado Rui Aurélio de Lacerda Badaró, integrante da Comissão de Relações Internacionais da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil) em São Paulo, sobre um acordo. Segundo Badaró, se não houver entraves, o processo de extradição poderá exigir de 3 a 6 meses para ser concluído. Porém, se surgirem dificuldades pelo caminho, esse tempo poderá passar de um ano.
Brennand foi preso pela Interpol em Dubai e era considerado foragido da Justiça brasileira desde 23 de setembro, quando teve a prisão preventiva decretada pelas autoridades brasileiras, após ele aparecer em um vídeo agredindo uma modelo dentro de uma academia de luxo, em São Paulo.
Depois que o caso da modelo veio à tona, ao menos outras 11 vítimas foram ouvidas pelo MP. Ao órgão, elas denunciaram o empresário por outros crimes. Nove dessas denúncias seriam por estupro. Três das vítimas afirmam que o suspeito as obrigou a tatuar as iniciais dele em seus corpos. Um desses casos foi revelado pelo programa Fantástico, da TV Globo.
Acompanhe o Blog O Povo com a Notícia também nas redes sociais, através do Instagram e Facebook.
Blog: O Povo com a Notícia