A Polícia Federal (PF) segue investigando o suposto esquema de espionagem ilegal do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Durante o andamento das investigações, a PF encontrou um documento que indica, supostamente, a tentativa de Bolsonaro em vincular ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Este foram os casos de Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes.
Essa relação foi observada em uma interpretação de dois parágrafos especulativos de um documento que foi produzido no gabinete de um deputado federal. Esse material é datado de 2019 e foi apreendido pela polícia na sede da Abin em outubro de 2023. À época, a investigação apurava o suposto uso de uma entidade pública pelo PCC e por outra facção criminosa, o Comando Vermelho. No documento encontrado pela PF, há vários apontamentos familiares, profissionais e políticos sobre a advogada Nicole Giamberardino Fabre e o Instituto Anjos da Liberdade.
A investigação da conta ainda, de que os criminosos estariam usando a ONG e a jurista para conseguir influências políticas e juridicas. Este seria um tipo de protesto no STF contra a medida do Ministério da Justiça que estipulou, à época, algumas restrições às visitas nos presídios federais. Tudo isso estava previsto na portaria 157.
Neste documento, há um trecho que fala da nomeação de André Ribeiro Giamberardino, primo da Nicole Giamberardino, para a chefia de um dos gabinetes ministeriais. Neste caso seria para o então Ministério da Segurança Pública. Esse material teria sido produzido em um computador supostamente vinculado ao deputado federal Gilberto Nascimento (PSD). No Diário Oficial da União (DOU) há um indicação de que André foi nomeado em 2 de julho de 2018 e exonerado em 19 de dezembro daquele mesmo ano.
É preciso verificar se a nomeação do Sr. André Ribeiro Giamberardino foi no período do ministro Alexandre de Moraes , que teve muita vinculação com lideranças do PCC”, diz a PF.
ALEXANDRE DE MORAES E GILMAR MENDES
Na época, Alexandre de Moraes tinha deixado o Ministério da Justiça, que é vinculado ao Ministério da Segurança Pública, mais de um ano antes. Isso porque Moraes assumiu uma cadeira no STF em março de 2017. Já a citação a Gilmar Mendes está ligado ao fato de outro primo de Nicole estar ligado "umbilicarlmente a Gilmar" e que era preciso "prestar atenção a esta conexão". Os dois magistrados não se manifestaram sobre o caso.
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