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quarta-feira, 27 de março de 2024

Empresária esfaqueada a mando de casal diz que se fingiu de morta e evitou assassinato

A empresária Laísa do Nascimento, de 26 anos, esfaqueada por criminosos na própria loja em Juazeiro do Norte, disse que se fingiu de morta durante a ação para os suspeitos irem embora.

Em entrevista exclusiva à TV Verdes Mares, a vítima contou o que lembra da cena do crime e detalhou como está seu tratamento. O caso aconteceu em janeiro deste ano:

“Na hora que eles entraram, desconfiei. Pensei que era roubo. Lembro que eles perguntaram se tinha roupa que desse para as namoradas deles. Quando vi que eles iam fazer uma coisa, voltei. Aí ele puxou, tapou a boca e falou 'perdeu'. No meio da situação em que estava revidando, senti um homem falando comigo: ‘pare, finja que morreu que eles vão parar’. Aí eu fingi”, disse Laísa.

A jovem sofreu uma tentativa de homicídio ordenada pelo ex-patrão e a companheira dele, que deviam R$ 10 mil a ela, oriundo de uma causa trabalhista. Laísa ficou internada em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional do Cariri (HRC), de onde recebeu alta após duas semanas.

“Não senti medo, fiquei assustada por estar passando por aquilo. Eu sabia que isso eu não fosse mulher, não estava. Era isso, impotência. Tive que me defender, por isso tentei revidar. Se sentiram confiantes em fazer porque sou mulher”, desabafou a vítima.

O dentista e a administradora de clínica foram presos apontados como mandantes da tentativa de homicídio. Uma câmera de segurança flagrou toda a ação. As imagens são fortes e é possível perceber que Laísa se deita no chão em certo momento.

A empresária disse que ela havia sido contratada de forma irregular pelo casal e, após perceber, tentou pedir seus direitos trabalhistas.

"Teentei ajustar, negociar. Eu e Savana (a administradora da clínica) nos conhecemos em um trabalho que fizemos há muito tempo em uma clínica. Ela me ajudava demais lá. Você fica surpreso, porque ela era uma pessoa de empatia com tudo, humilde, passou fome. Falava muito do pai dela, que era sempre trabalhador", relatou.

Já sobre o dentista, Laísa disse que não tinha muita relação com ele, mas que o homem sempre foi "muito autoritário".

"Sempre foi cabeça erguida, muito autoritário. Ela não tinha coragem de demitir, sempre era ele. Sinto pena (dos envolvidos), porque perderam a vida".

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