Último comandante do Exército na gestão Bolsonaro, o general Freire Gomes complicou, em depoimento à Polícia Federal na sexta-feira (1º/3), outro general que trabalhou no governo anterior.
Freire Gomes depôs por mais de sete horas no inquérito que apura suposta tentativa de golpe de Estado de Bolsonaro após a derrota nas eleições de 2022. Ele foi ouvido na condição de testemunha.
Segundo fontes da PF a par do assunto, o depoimento do ex-comandante do Exército complicou a situação do general Paulo Sérgio Nogueira, último ministro da Defesa do governo Bolsonaro.
Fontes da Polícia Federal dizem que Freire Gomes teria exposto, ao longo das cerca de 250 perguntas que respondeu na oitiva, detalhes da atuação de Paulo Sérgio em reuniões e articulações golpistas.
Freire Gomes também expôs à PF como funcionava a cadeia de comando entre ele e Paulo Sérgio, a quem os três comandantes das Forças Armadas estavam hierarquicamente subordinados.
O nome de Paulo Sérgio já tinha aparecido em relatórios da PF que embasaram as operações autorizadas pelo STF no inquérito que apura suposta tentativa de golpe de Estado de Bolsonaro.
Em um deles, a PF aponta “gravíssima manipulação” do relatório técnico das Forças Armadas sobre as urnas eletrônicas coordenado pelo general na Comissão de Transparência das Eleições.
O colegiado foi criado em 2021 pelo ministro Luís Roberto Barroso, então presidente do TSE. Como ministro da Defesa à época, Paulo Sérgio chefiou a participação dos militares no grupo.
O ex-ministro da Defesa também chegou a ser alvo de mandado de busca e apreensão no dia 8 de fevereiro, juntamente a outros colegas generais que atuaram no governo Bolsonaro.
O próprio Paulo Sérgio foi convocado para depor à Polícia Federal no dia 22 de fevereiro. O militar, entretanto, optou por ficar em silêncio durante a oitiva, assim como Jair Bolsonaro. (Via: Metrópoles)
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