Atual CEO e diretora jurídica do Fluminense, Roberta Fernandes trabalha no clube há 19 anos e é exemplo de determinação feminina no futebol brasileiro. Em busca de uma oportunidade no time do coração, a profissional precisou correr atrás para conseguir fazer parte do Tricolor das Laranjeiras.
Em entrevista ao portal Uol, Roberta contou como começou o sonho de trabalhar no Fluminense. "O vice-presidente de Interesses Legais da época era advogado trabalhista com um escritório no centro. Eu marquei um horário como se eu fosse uma potencial cliente do cara, literalmente", contou.
De volta ao Brasil depois de uma temporada morando no exterior, ela tinha se formado em Direito havia pouco tempo e queria entender que rumo tomar na carreira. Foi quando "caiu do céu", em seu colo, uma matéria de jornal sobre as dívidas dos clubes de futebol na área trabalhista.
A curiosidade para entender o jurídico de um clube começou aí. "Fui para o tribunal, comecei a montar um relatório dos processos do clube na área cível, que é a área que eu me identifico mais. E preparei todo aquele 'paper', encadernei, botei escudo do clube, fiz prognóstico, atualizei cálculos”, contou ao Uol.
Com o material pronto, Roberta chegou ao escritório do vice-presidente de Interesses Legais do Fluminense. "Ele olhou para mim assim, sem acreditar naquilo que ele estava vendo, que eles não tinham aquilo ainda, era o início de gestão. Eles não tinham aquele tipo de relatório, eles não tinham nada daquilo feito", disse.
"Parecia que eu tinha ouro na minha mão, quando ele viu, literalmente. E ele me falou que eles tinham vaga de fato, estavam procurando, só que era um estagiário", completou.
Chamada para fazer uma prova, Roberta passou e foi contratada pelo Fluzão. No clube, começou como advogada assistente. Menos de 10 anos depois, em 2014, assumiu como CEO (diretora-executiva) do Fluminense, acumulando também a função de diretora jurídica. A primeira mulher a assumir um cargo desse em um clube de futebol brasileiro.
"Quando eu assumi o cargo de CEO, eu já tinha consolidado a minha posição de uma forma muito firme aqui, muito forte, as pessoas já me conheciam, já me respeitavam", disse Roberta. "Não era uma pessoa chegando de fora, do nada, já era minha casa, já era minha vida, minha família, eu já respirava e vivia o Fluminense 24 horas do meu dia”, contou.
Sobre o futuro de lideranças femininas no futebol, Roberta prefere ser otimista. "Eu acho que hoje o mercado vê de uma forma diferente a posição, a contratação de lideranças femininas. Eu vejo que isso está acontecendo, é uma crescente. Eu comecei em um ambiente que não tinha, era eu sozinha, 15 homens e uma mulher em uma reunião, sempre. Hoje eu tenho colegas", concluiu.
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