Robson Costa Uzeda da Silva, conhecido pelo vulgo de 'Robinho', que morreu na manhã desta terça-feira (3), após perseguição e troca de tiros com a PM, na Avenida Centenário, em Salvador, possuía extensa ficha corrida na polícia, não somente da Bahia, mas de todo o Brasil.
Informações apuradas pela equipe de reportagem do BNews apontam que Robinho era uma das principais lideranças da facção criminosa Comando Vermelho (CV) e também tinha ligação direta na morte do soldado da PM, Richardson Remigio de Freitas, ocorrida na manhã do dia 31 de agosto de 2011, na saída de uma academia no bairro do Barbalho, em Salvador.
O suspeito ainda é apontado como mandante do duplo homicídio ocorrido em 2015, na região da Ladeira do Pepino, no bairro de Brotas. Na ocasião, uma das vítimas foi identificada como Daniel Pinheiro Rabelo, de 28 anos, que seria filho de um sargento da PM, mas com envolvimento no mundo do crime e que, inclusive, integrava o grupo comandado por Robinho.
Em junho de 2017, o traficante foi preso no bairro de Brotas, local que seria sua principal área de atuação no tráfico de drogas. Na época, ele levava uma vida de luxo com uma picape, modelo Toyota Hylux, morando com a esposa e uma filha em uma casa de quatro suítes em um condomínio fechado no bairro de Vilas do Atlântico, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), Robinho foi preso novamente em novembro de 2018, após ser flagrado com drogas em Brotas e tentar subornar os PMs com a finalidade de tentar fugir do flagrante. Ele era apontado como o responsável por mais de 40 homicídios motivados por disputas pelo controle do tráfico em Salvador e em cidades da RMS.
Rio de Janeiro
No ano de 2021, mais especificamente no dia 27 de abril, o traficante foi localizado e preso pela polícia morando em uma mansão na cidade de Cabo Frio, que fica no estado do Rio de Janeiro. Na ocasião, ele foi encaminhado junto com a esposa, sob suspeita de que também estariam traficando na região.
Pouco mais de um ano depois, em julho de 2022, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) obteve na Justiça a condenação de Robinho e outras três pessoas pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação ao tráfico. A denúncia apontava que o baiano era o chefe da organização criminosa.
O suspeito e a esposa lavavam o dinheiro do tráfico de drogas, adquirindo automóveis de alto padrão e inúmeras propriedades, entre elas uma casa avaliada em cerca de R$960 mil e um terreno com valor de R$180 mil. Além de Cabo Frio, o grupo atuava nos estados da Bahia e Sergipe.
A organização criminosa teria fundado uma empresa de fachada, que atuava como “laranja”, conferindo aparência de legalidade aos negócios de compra e venda de bens. A sentença decretou a perda de diversos bens dos denunciados - incluindo automóveis, terrenos e imóveis - em favor do Fundo Nacional Antidrogas, em valores que, somados, ultrapassam R$ 500 mil.
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