O
aceno a mulheres e os ataques à polarização entre Jair Bolsonaro (PSL) e
Fernando Haddad (PT) tomaram boa parte das considerações finais de candidatos à
Presidência no debate promovido pela TV Record entre a noite de domingo (30) e
a madrugada desta segunda-feira (1º).
Geraldo Alckmin (PSDB) e Fernando Haddad (PT) aproveitaram para
cumprimentar as mulheres, em referência às manifestações femininas contrárias a
Bolsonaro, que lidera pesquisas de intenção de voto para o primeiro turno da
disputa.
"As mulheres terão um papel preponderante neste novo Brasil que vai
sair das urnas", disse Alckmin, citando sua candidata a vice, Ana Amélia
(PP). Além disso, o tucano reforçou que é preciso unir o País contra extremos e
fazer a virada na última semana antes do primeiro turno.
Haddad fez referência aos movimentos de mulheres contra Bolsonaro e
enalteceu a mulher "que foi às ruas ontem (sábado) pedir paz, democracia e
exigir seus direitos garantidos na constituição.
O candidato também relembrou o passado petista e os empregos criados
durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sem deixar de
alfinetar Bolsonaro. "A imagem que eu vislumbro é das brasileiras e dos
brasileiros com a carteira assinada e com livro na mão, não com armas".
Já Ciro Gomes atacou a tese do voto útil. "Quero me dirigir a você
que vota no Bolsonaro porque não quer o PT, ou que vota no PT porque não quer o
Bolsonaro... Eu entendo vocês, mas se isso continuar acontecendo, a única
certeza dessas eleições é que a crise vai continuar", afirmou, ao pedir a
oportunidade para reconciliar o País.
Na mesma direção de Ciro, Guilherme Boulos (PSOL) disse que no primeiro
turno o eleitor deve votar em quem acredita. "Eleição não é corrida de
cavalo que você escolhe quem está em primeiro lugar".
Marina, única mulher na disputa, usou seu tempo final para se posicionar
como alternativa para unir o Brasil. "Estou aqui para oferecer a outra
face de um País desunido por PT e Bolsonaro", disse.
Alvaro Dias, do Podemos, retomou sua defesa da refundação da república e
defendeu o combate à corrupção.
Cabo Daciolo cumprimentou sua vice, Suelene Balduino Nascimento, nas
considerações finais. Otimista, disse que acredita em "sinais" e
destacou que faltam sete dias para o primeiro turno. O candidato fez uma oração
para "expulsar" o Satanás do Brasil.
Haddad e Bolsonaro
Bolsonaro e
Haddad foram o principal alvo no primeiro bloco do debate entre os
candidatos.
"Nenhum
país democrático tem um Bolsonaro como presidente", afirmou Meirelles. Ciro
relembrou as recentes afirmações do cabeça do PSL sobre não aceitar o resultado
de um pleito caso derrotado. "O Brasil, para quem não se lembra, teve uma
eleição assim. O outro lado não reconheceu", argumentou Ciro, em
referência ao resultado da eleição entre Dilma Rousseff e Aécio Neves, em 2014.
Ciro também
disse que participou de um debate mesmo passando por tratamento médico e usando
sonda (no caso do embate do SBT, na semana passada), enquanto Bolsonaro, após
alta no hospital ontem, não compareceu ao confronto na Record.
Já Marina
afirmou que Bolsonaro tem uma atitude autoritária e preconceituosa com
minorias. "Mas com essa frase (de não reconhecer o resultado do pleito)
ele também desrespeita a constituição, o jogo democrático", disse, e
emendou: "Bolsonaro fala muito grosso, mas tem momentos que ele
amarela", ironizou a candidata da Rede.
Marina,
entretanto, aproveitou o momento e não poupou críticas ao PT. "O PT e
Bolsonaro são cabos eleitoreiros um do outro", disse, criticando também a
sigla de Lula por propostas como o controle da imprensa e uma nova constituinte
em um período de instabilidade política.
Alvaro Dias
e Alckmin (PSDB) fizeram uma dobradinha contra os "radicais" e a
polarização entre Bolsonaro e Haddad no primeiro turno da eleição. Alckimin fez
uma apelo pela "união" dos eleitores contra o cenário e defendeu uma
"virada" na última semana da primeira etapa do pleito. Os dois
defenderam reduzir o número de políticos no Legislativo.
Além disso,
os partidos do Centrão, que estão coligados com o tucano, viraram tema de
embate entre os candidatos do Podemos e do PSDB. "A arca de Noé está se
desmanchando e os oportunistas já estão buscando outro porque querem
cargos", disse Dias. Alckmin, por sua vez, lembrou que Dias já foi líder do
PSDB no Congresso e que todos buscaram apoio do Centrão.
Haddad foi
atacado também por Cabo Daciolo, para quem o ex-prefeito "não fez
nada" na Prefeitura de São Paulo e agora quer ser presidente. "Lula é
um líder, você tem que aprender muito para ser um líder," disse. (Via: Jc Online)
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