O mercado financeiro se animou
com o resultado da última pesquisa Ibope, que mostrou a ampliação da vantagem
do candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, sobre o petista Fernando
Haddad nas intenções de voto. O dólar iniciou o dia em queda e o Ibovespa,
principal indicador da bolsa de valores de São Paulo, a B3, opera em alta.
Às 11h10, a moeda americana era cotada a 3,966 reais, com
queda de 1,3%. Já o Ibovespa registrava alta de 2,83%, aos 80.848 pontos.
Na noite de segunda, pesquisa do Ibope mostrou que as
intenções de voto em Bolsonaro subiram de 27% para 31%, enquanto Haddad
permaneceu estacionado em 21%.
“A pesquisa foi excelente para Bolsonaro. Criou expectativa
de vitória no primeiro turno, o que vai animar seus apoiadores e provavelmente
esvaziar outros candidatos. Ou seja, a tendência é Bolsonaro subir mais e ficar
próximo da vitória no primeiro turno, embora isto ainda não seja o mais
provável. Se não acontecer, entrará embalado no segundo turno, com ares de
favorito”, afirma relatório da Guide Investimentos.
De acordo com a H.Commcor Corretora, o aumento da rejeição a
Haddad também animou os investidores. “Além desse desempenho, fortalece o
potencial otimismo a disparada na taxa de rejeição do petista Haddad, o
qual viu esse indicador subir de 27% para 38%, aproximando-se dos 44%
(estáveis) de Bolsonaro. Em síntese, temos uma pesquisa voltando a
fortalecer o ‘candidato do mercado’, mas com seus efeitos ‘desafiados’ pelo movimento
externo e a própria cautela com as próximas pesquisas”, diz relatório da
corretora.
Candidato outsider
Apesar de todo otimismo do mercado, a agência de
classificação de risco S&P Global acredita que uma eventual eleição de
Bolsonaro pode criar um prognóstico negativo para a economia brasileira. A
agência, que coloca o Brasil três degraus abaixo da nota mínima para receber
investimento de grandes fundos globais, afirma que o “outsider” pode sofrer
resistências políticas e ter dificuldades em cumprir seu plano de governo.
Nesta segunda-feira, em uma teleconferência, o analista da
agência, Joydeep Mukherji, afirmou que o candidato do PSL deve sofrer mais do
que Haddad para aprovar medidas. “Apesar da alta rejeição dos candidatos, e não
sabemos quem irá ganhar, o candidato do PT não é um outsider, mas Bolsonaro é
um outsider. Isso aumenta o risco de falta de coerência ou de atrasos em
realizar o que é necessário após as eleições”, disse.
A S&P teme que a crise fiscal piore, acarretando em
maiores problemas econômicos e sociais. Uma das preocupações é o compromisso
com a reforma da Previdência, um dos carros chefes do presidente Michel Temer
para conquistar o apoio do mercado financeiro – e que o governo do emedebista
não conseguiu aprovar.
“O Brasil tem problemas imensos para tratar. Econômicos;
sociais. É uma agenda grande que o novo líder terá de lidar com um novo
Congresso”, disse Mukherji. “Essa é nossa preocupação. Não sabemos em quanto
tempo o novo presidente conseguirá lidar com essas questões.”
Também nesta segunda, a S&P reduziu sua expectativa de
crescimento do Brasil neste ano. Antes, a agência esperava uma alta do PIB de
1,8%. Agora, apenas 1,4%. Os problemas fiscais e a dificuldade em retomar um
crescimento mais vigoroso são alguns dos motivos que levaram a S&P a
reduzir para BB- a nota de risco soberano brasileira – três níveis abaixo do
chamado “grau de investimento”. (Via: Veja)
Blog: O Povo com a Notícia
