O candidato do PT à Presidência, Fernando
Haddad, fez acenos ao eleitorado de centro que não manifestou apoio a ele. Em
entrevista ao SBT exibida na noite desta quarta-feira (17) o petista fez
elogios ao juiz federal Sérgio Moro e ao ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso, ao mesmo tempo que não deixou de criticar a ex-presidente Dilma
Rousseff.
Questionado
sobre a opinião que tinha em relação ao juiz Moro, responsável pela Lava Jato e
pela condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde 7 de
abril em Curitiba.
“Acho
que, em geral, ele (Moro) ajudou. Em relação à sentença do Lula eu acho que tem
um erro que vai ser corrigido pelos tribunais superiores porque ele não
apresentou provas contra o presidente. Mas, em geral, eu acho que o Sérgio Moro
fez um bom trabalho, embora eu acho que ele tenha soltado muito precocemente os
empresários e liberado dinheiro roubado para estes empresários usufruírem a
vida. Então, no geral, o saldo é positivo, mas há reparos a fazer”, afirmou
Haddad.
O
candidato disse também que citados na Lava Jato devem pagar por erros se forem
condenados em última instância.
Dilma
O
petista também fez críticas à gestão econômica de Dilma Rousseff. De acordo com
ele, nos últimos dois anos do governo dela houve um “erro grave” com
desonerações. “Nós vamos eliminá-las”, afirmou.
“Tem
dois períodos. O período que eu vivi no governo federal foi o que nós criamos
20 milhões de empregos em 12 anos. Eu acho que nos últimos dois anos do governo
Dilma houve um erro grave. Nós desoneramos as empresas pensando que elas iriam
gerar postos de trabalho. E isso não aconteceu. Nós vamos eliminar as
desonerações para equilibrar as contas públicas”, comentou o candidato.
Alianças
Sobre
as alianças neste segundo turno, Haddad minimizou as críticas do senador eleito
Cid Gomes (PDT-CE) na segunda-feira e ressaltou que ele gravou um vídeo
apoiando-o hoje. O petista disse ainda que quer reunir em torno de si as
pessoas que representa a esperança.
O
candidato buscou mais uma vez construir pontes com FHC, minimizando a falta de
apoio público do ex-presidente a ele. “O presidente Fernando Henrique está numa
saia-justa porque alguns dos candidatos ao governo do Estado não me apoiam. Ele
é meu… Não diria amigo, mas é uma pessoa com quem eu mantenho relação antiga,
muito cordial e respeitosa. E é recíproco”, disse.
Haddad
disse ainda reunir o apoio de pessoas que lutaram contra a ditadura militar e a
tortura. “Muitos ministros do FHC estão me apoiando. José Carlos Dias, por
exemplo, um nome consagrado na advocacia nacional assinou um manifesto em favor
da minha candidatura e contra o retrocesso”, disse.
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