Fica cada vez mais difícil a
identificação por papiloscopia, ou seja, por impressão digital, dos corpos
resgatados da lama da barragem da Vale em Brumadinho. A identificação só será
possível através da comparação do DNA extraído dos corpos e fragmentos, com o
material genético colhido de parentes de primeiro grau dos desaparecidos,
devido ao estado de decomposição das vítimas.
Até a terça-feira (5), o IML (Instituto Médico Legal) de Minas Gerais tinha feito a coleta em 500 indivíduos que procuram por parentes desaparecidos na tragédia -na noite desta sexta (8) havia 182 pessoas que ainda não tinham sido localizadas. Segundo o superintendente de polícia técnico-científica do IML, Thales Bittencourt existem cerca de 60 famílias que ainda não forneceram material genético para a comparação do DNA extraído dos corpos e fragmentos resgatados da lama.
Até a terça-feira (5), o IML (Instituto Médico Legal) de Minas Gerais tinha feito a coleta em 500 indivíduos que procuram por parentes desaparecidos na tragédia -na noite desta sexta (8) havia 182 pessoas que ainda não tinham sido localizadas. Segundo o superintendente de polícia técnico-científica do IML, Thales Bittencourt existem cerca de 60 famílias que ainda não forneceram material genético para a comparação do DNA extraído dos corpos e fragmentos resgatados da lama.
Ele afirma que médicos legistas estariam na Estação do Conhecimento, um
dos centros de atendimento aos atingidos em Brumadinho, na quinta (7) e
sexta-feira (8), para "coletar material genético de familiares que ainda
não fizeram o cadastro na Polícia Civil. Estamos pedindo também que esses
parentes entreguem ao IML objetos de uso pessoal dos desaparecidos, como escova
dental e de cabelo, e exames radiológicos".
Em Belo Horizonte, famílias que ainda não fizeram o cadastro, podem
procurar a Academia da Polícia Civil, no bairro Nova Gameleira, para fornecer o
material genético que será extraído da mucosa oral de parentes de primeiro
grau, procedimento que não precisa ser agendado.
O superintendente do IML explica como é feita a comparação do DNA. "É
extraído um fragmento do músculo ou cartilagem dos corpos que chegam ao IML,
material que é enviado ao laboratório do Instituto de Criminalística da Polícia
Civil e os dados armazenados em um programa de computador. Os materiais
colhidos de familiares dos desaparecidos também alimentam esse banco de dados
para o cruzamento das informações."
A identificação por DNA se faz necessária devido ao estado de putrefação
dos corpos e segmentos encontrados na lama de rejeitos tóxicos. Até terça (5),
a comparação genética ainda não tinha sido utilizada. "Dos 126 corpos
identificados [até terça (5)] no Instituto Médico Legal desde o início da
tragédia, 122 foram pelas impressões digitais e quatro através de da arcada
dentária. Mas, na medida em que o tempo vai passando, a identificação só será
possível através da comparação do DNA", explicou o legista. Nesta
sexta, o número de corpos identificados chegou a 151.
"A medicina não é uma ciência exata. A partir de agora fica mais
difícil o reconhecimento por papiloscopia, mas isso não é impossível. Existem
corpos que demoram mais que outros para entrarem em decomposição. O importante,
neste momento, é colher material genético de todos os familiares que perderam
seus parentes na tragédia, para a formação de um banco de dados completo. Nosso
principal objetivo é uma maior rapidez na identificação e liberação dos corpos,
para diminuir a espera das famílias que já estão sofrendo tanto com essa
tragédia", explicou.
O Instituto Médico Legal de Minas Gerais conta com cerca de cem médicos
legistas, trabalhando dia e noite para o reconhecimento dos corpos. Além do
efetivo próprio, integram a equipe, profissionais do Distrito Federal e de São
Paulo. (Via: Folhapress)
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