A publicação Produção Agrícola Municipal 2018 (PAM 2018), divulgada hoje
(5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que o
município que mais se destacou no país no ano de 2018 em termos de valor de
produção foi São Desidério, na Bahia, beneficiado pelas condições climáticas
favoráveis da região.
De acordo com o IBGE, o valor de produção é o mesmo que valor bruto de
produção. Eles pegam o chamado “preço de porteira", que é o preço livre de
fretes e impostos, e multiplicam pelo total produzido. O resultado é o valor de
produção.
A cidade baiana teve R$ 3,6 bilhões em valor de produção, aumento de
54,4% em comparação com 2017. A principal cultura local é a soja, com 1,6 milhão
de toneladas e valor de produção de R$ 1,8 bilhão.
O gerente de Agricultura do IBGE, engenheiro agrônomo Carlos Alfredo,
destacou em entrevista à Agência Brasil que São Desidério também é grande
produtor de milho e de algodão herbáceo, tendo produzido 513,3 mil toneladas de
algodão herbáceo (+75,4%), com valor de produção de R$ 1,5 bilhão; e 558,1 mil
toneladas de milho (+45%), com valor de produção de R$ 281,7 milhões. Alfredo
lembrou que o algodão é um produto que tem alto valor agregado. Isso fez com
que o município, somando todas as culturas, se destacasse como o primeiro do
Brasil.
A cidade não sofreu os efeitos das condições climáticas desfavoráveis
para a produção de milho, como ocorreu em outras regiões. “Em São Desidério,
eles não tiveram problemas com seca”.
São Desidério desbancou o município mato-grossense de Sorriso, que caiu
da primeira colocação para a terceira no ‘ranking’ das maiores economias
agrícolas brasileiras, com valor de produção de R$ 3,3 bilhões (alta de 0,7%
sobre 2017). O principal produto também é a soja, com 2,2 milhões de toneladas
e valor de produção de R$ 2 bilhões.
O segundo posto como maior produtor nacional foi mantido pelo município
de Sapezal, também em Mato Grosso, com valor de produção de R$ 3,3 bilhões,
expansão de 28% em relação a 2017. O principal produto local é o algodão
herbáceo, com quantidade de 756,9 mil toneladas e valor de produção de R$ 1,8
bilhão, em 2018. “O preço alto fez com que Sapezal se mantivesse no segundo
lugar”, comentou o gerente do IBGE.
Estados
Com relação aos estados, a pesquisa mostra que São Paulo se manteve na liderança do país em termos de valor da produção, com 15,5% de participação nacional (contra 16,8% em 2017), seguido do Mato Grosso, que subiu de 13,7% para 14,6% o percentual de participação. São Paulo se destaca na produção de cana e laranja, que têm alto valor agregado. “É o estado que detém 55% da produção de cana-de-açúcar, com mais de 80% da produção de laranja. Tem muitas culturas que são muito concentradas no estado de São Paulo”, disse Alfredo.
Já em Mato Grosso, o principal produto é a soja, seguida do milho e do
algodão. O estado é o maior produtor dessas três culturas.
Grandes regiões
A análise por grandes regiões nacionais mostra predomínio da soja em todo o país, à exceção da Região Sudeste, onde a relação dos principais produtos é liderada pela cana-de-açúcar, seguida pelo café arábica, soja, laranja e milho. O valor de produção da região atingiu no ano passado R$ 95,8 bilhões. A unidade com maior valor de produção é São Paulo (R$ 53,1 bilhões), enquanto o município de Itapeva (SP) apresentou o maior valor de produção (R$ 977,5 milhões).
Já na Região Centro-Oeste, a soja liderou, seguida de milho,
cana-de-açúcar, algodão herbáceo e feijão. O valor de produção somou R$ 95,9
bilhões em 2018, com destaque para Mato Grosso, com R$ 50,2 bilhões. Sapezal é
o município com maior valor de produção regional (R$ 3,3 bilhões).
No Sul brasileiro, os principais produtos são soja, milho, arroz, fumo e
trigo. O valor de produção em 2018 atingiu R$ 90,3 bilhões. O Paraná se destaca
com valor de produção de R$ 41,3 bilhões. O município de Guarapuava (PR), com
R$ 794 milhões, teve o maior valor de produção.
O Nordeste mostrou valor de produção de R$ 41,2 bilhões, destacando a
Bahia, com R$ 19,6 bilhões. Entre os municípios nordestinos, São Desidério (BA)
mostra o maior valor de produção (R$ 3,6 bilhões). As principais culturas foram
soja, cana-de-açúcar, algodão herbáceo, milho e banana. Alfredo disse que na
região de Matopiba, que envolve os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e
Bahia, áreas de fronteira agrícola, houve substancial aumento na produção de
soja. “Então, passou a ser o principal produto da Região Nordeste”.
No Norte, o valor de produção foi R$ 20,3 bilhões. O Pará liderou com R$
10,4 bilhões e também com o município de Igarapé-Miri, cujo valor de produção
foi R$ 890,6 milhões. A lista dos principais produtos é encabeçada pela soja,
seguida da mandioca, açaí, milho e banana.
Carlos Alfredo informou que dos 50 maiores municípios pelo valor de
produção, dezoito estão em Minas Gerais, sete em Goiás, seis no Mato Grosso e
cinco na Bahia. “São estados que possuem os maiores municípios produtores,
somando todos os produtos”. (Via: Agência Brasil)
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