Um dos autores do requerimento
297/19, derrubado pela bancada governista na sessão plenária de ontem (24) por
16 votos, o líder oposicionista Paulo Valgueiro (MDB) afirmou que nesta
quarta-feira (25) vai insistir em solicitar informações da prefeitura acerca
das empresas prestadoras de serviço ao município que viraram alvo de uma
operação da Lava Jato, a cargo da Polícia Federal (PF), autorizada pelo ministro
Luís Roberto Barroso. Valgueiro lamentou, mais uma vez, a postura do líder da
base aliada, Aero Cruz (PSB), que insiste na tese de “palanque político”, quando se refere ao papel da
oposição.
“Vou protocolar na prefeitura,
através da Lei de Acesso à Informação, o mesmo pedido que foi negado hoje
(ontem)”, declarou. Valgueiro rebateu as críticas afirmando
que o líder governista é quem “serrou uma das pernas do palanque político dele”, ao
tentar impedir que o prefeito explica à sociedade petrolinense se tem ou não
algo a esconder.
“Ele deixou o palanque do grupo
dele penso, sujeito a cair durante a campanha”, alfinetou o
oposicionista. Valgueiro assegurou ainda ter acessado algumas informações no Portal
da Transparência, como sugeriu o governista. Mas ele alegou muitas dificuldades
em acessar o portal. “Eu até faço um desafio aos senhores a pegar a relação de empresas
e fazer essa busca”, frisou, acrescentando que uma das empresas
investigadas seria a responsável pelo portal.
Valgueiro considerou normal o fato dele, que é advogado, a
exemplo dos seus dois irmãos, ter o ex-prefeito Julio Lossio (PSD) como seu
cliente, uma vez que institucionalmente não há empecilhos, como insinuou Aero. “Uma coisa não tem nada a ver com outra. “O que querem
é confundir, tentar colocar nuvens negras sobre o que realmente interessa: a
prefeitura de Petrolina foi ou não usada para pagar os agiotas do senador?”,
cutucou.
Transparente
Valgueiro também rechaçou supostas irregularidades referentes
ao Instituto de Gestão Previdência (Igeprev), licitação do São João de
Petrolina, Nova Semente e, sobretudo, de materiais a cargo da Autarquia
Municipal de Mobilidade (AMMPLA) – antiga EPTTC. “Passei cinco anos à frente da EPPTC e AMMPLA, e até agora não
tive nenhuma conta rejeitada pelo TCE. Todas as licitações eram feitas na
Central de Licitações da prefeitura. Eu não ficava lá, procurando empresas para
participar. Participava da licitação da AMMPLA quem visse o edital publicado nos
jornais de grande circulação e no site da prefeitura. Nunca podei ninguém, não
participava da comissão de licitação, e só assinava depois da assinatura do
procurador dizendo que o processo estava correto”, argumentou.
Sobre a suposta fraude no requerimento, denunciada por Aero,
já que o vereador Elismar Gonçalves (MDB) estava ausente da sessão, mas seu
nome constava no documento, Valgueiro justificou que todos os trâmites
referentes às proposições passam pela alçada da assessoria da Casa. “Não preciso me esconder atrás de ninguém”, assegurou.
Valgueiro também voltou a destacar a postura independente da bancada de
oposição. “Não somos água e óleo. A gente combina, dialoga, faz as coisas de
acordo com a nossa consciência, diferente da situação”, finalizou. (Via: Blog do Carlos Britto)
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