Após repercussão negativa, o
presidente Jair Bolsonaro (PSL) desautorizou nesta quinta-feira (31) declaração
do seu filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) de que, caso a esquerda radicalize, uma
resposta pode ser um novo AI-5.
Na saída do Palácio do Alvorada, ele afirmou que qualquer um que fale em
AI-5 neste momento no país "está sonhando" e pediu que o
posicionamento seja cobrado não dele, mas de seu filho.
"Quem quer que seja que fale em AI-5 está sonhando. Está sonhando,
está sonhando. Não quero nem ver notícia nesse sentido aí", disse o
presidente. "Cobrem dele", afirmou Bolsonaro, referindo-se ao filho.
O presidente pediu para esquecer a possibilidade de reedição da medida da
ditadura militar (1964-1985).
"O AI-5 existia no passado, existia em outra Constituição. Não existe
mais. Esquece", afirmou.
A afirmação de Eduardo foi feita em entrevista à jornalista Leda Nagle
realizada na segunda (28) e publicada nesta quinta (31) no canal dela no
YouTube.
"Tudo é culpa do Bolsonaro, percebeu? Fogo na Amazônia, que sempre
ocorre -eu já morei lá em Rondônia, sei como é que é, sempre ocorre nessa
estação- culpa do Bolsonaro. Óleo no Nordeste, culpa do Bolsonaro. Daqui a
pouco vai passar esse óleo, tudo vai ficar limpo e aí vai vir uma outra coisa,
qualquer coisa -culpa do Bolsonaro", seguiu.
"Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma
resposta. E uma resposta pode ser via um novo AI-5, pode ser via uma legislação
aprovada através de um plebiscito como ocorreu na Itália. Alguma resposta vai
ter que ser dada", afirmou o parlamentar, filho do presidente Jair
Bolsonaro.
"O que faz um país forte não é um Estado forte. São indivíduos
fortes. A conjectura não tem que ser futura, ela tem que ser presente. Quem é o
presidente dos Estados Unidos agora? É o Trump. Ele se dá bem com o Bolsonaro?
Se dá muito bem. Então vamos aproveitar isso aí", continuou. (Via: Folhapress)
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