A 1ª Vara do Júri do Tribunal de
Justiça de São Paulo foi palco para uma troca de argumentos inusitada entre um
promotor público e um defensor. E, para completar o espetáculo, tudo foi
documentado em ata pública do júri popular de um suspeito de homicídio.
Em meio ao julgamento, o membro do MP-SP, César Bocuhy Bonilha, se dirigiu
a uma das testemunhas envolvidas no caso, que era irmão do réu, e perguntou se
ele era usuário de drogas, ouvindo uma resposta negativa.
Imediatamente, o defensor Rafael Gomes Bedin , que tentava a absolvição do
acusado ou a mudança de tipificação penal, afirmou que o representante do
Ministério Público estava julgando as pessoas pela aparência. Neste momento, o
promotor devolveu a pergunta ao próprio defensor, afirmando que não se tratava
de julgamento de aparência.
Para a surpresa de todos, o representante da Defensoria declarou ser
usuário de maconha e solicitou que constasse em ata que se tratava de uma
resposta “irônica” diante do questionamento desrespeitoso do colega.
O promotor solicitou que constasse em ata que o defensor confessou, em
público, que é “maconheiro”. O réu, Renato Fagner Oliveira da Silva, que
assistiu a toda a discussão, foi condenado pelo tribunal do júri a 8 anos e 2
meses de prisão e não vai poder recorrer em liberdade.
Confira trecho
do diálogo:
Promotor: Por mim não tem problema nenhum
perguntar. Quer que eu pergunte para o senhor? O senhor fuma maconha?
Defensor público: Sim, tenho tatuagem também.
Defensor público: Sim, tenho tatuagem também.
Promotor: Tem tatuagem de PCC? Tem de
palhaço? (tatuagens de palhaço são associadas a roubo e mortes de policiais).
Defensor
público: Não, mas se eu quisesse fazer, eu faria.
Blog: O Povo com a Notícia
Por: Antônio Carreta - TJSP