Em videoconferência com senadores, o
ministro da Saúde, Nelson Teich, disse não ser possível identificar quando será
o pico da covid-19 no Brasil. “Não sei e ninguém sabe quando será o
pico”, disse. Segundo ele, as datas projetadas hoje são simplesmente suposições
em cima de modelos.
Após
dez dias no comando do ministério, Teich fala pela primeira vez com
parlamentares sobre as medidas que vai adotar na pasta. Ele foi convidado para
expor as providências para socorrer estados e municípios no combate
à covid-19.
Isolamento
O
ministro afirmou que a questão do isolamento social é complexa e depende da
curva de crescimento do vírus em cada região. “Num país continental como
este, o comportamento da doença é diferente em diferentes regiões. Temos áreas
críticas que temos que priorizar”, afirmou ele, sem dar detalhes sobre que
áreas são essas.
Ele
alegou que faltam informações a respeito da doença, da transmissibilidade e do
número de acometidos para afirmar categoricamente que ocorrerá uma segunda onda
do vírus. “Você está literalmente navegando às cegas”, disse ele. “A única
coisa que você sabe é que o distanciamento diminui o risco de contágio.”
Senadores
perguntaram ao ministro sobre o alinhamento total que ele afirmou possuir com o
presidente Jair Bolsonaro e lembraram recente declaração do presidente
sobre o número de vítimas da doença. “Não vou discutir comportamento, mas o
presidente está preocupado com as pessoas e com a sociedade. O alinhamento é
nesse sentido”, respondeu o ministro.
Senadores cobraram do ministro ações práticas para o enfrentamento à pandemia. “O senhor tem que mostrar pulso firme. Já basta o presidente da República confundindo a população”, pediu a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP). Teich disse esperar que o Congresso apresente suas contribuições.
Teich
também foi questionado por senadores sobre sua visão a respeito do Sistema
Único de Saúde (SUS), ao que ele respondeu ser defensor da extensão e melhoria
do sistema. “Minha luta é pela defesa dele, quero que fique claro.”
Volta às aulas
“Nesse
momento não existe qualquer recomendação de volta às escolas”, esclareceu o
ministro. Segundo ele, será apresentado um plano para que isso ocorra no
momento adequado.
Segundo
dados atualizados do Ministério da Saúde, foram registrados 449 óbitos pela
covid-19 de ontem para hoje. Ao todo, são 5.466 vítimas do novo coronavírus no
país desde o início da pandemia.
Blog: O Povo com a Notícia