O presidente Jair Bolsonaro disse
que "não engoliu a decisão" do ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF), Alexandre de Moraes, que suspendeu a nomeação de Alexandre Ramagem para
a direção-geral da Polícia Federal. Bolsonaro também defendeu nomeações por
amizade.
Na porta do Palácio da Alvorada, o presidente disse que espera rapidez do
ministro Alexandre de Moraes para julgar o caso. "Eu espero, no mínimo,
rapidez. Não justifica a questão da impessoalidade. Como ele [Alexandre de
Moraes] foi parar no Supremo? Com a amizade de Michel Temer. Quando chegou a
lista tríplice eu não conhecia nenhum deles."
"Conheci o senhor Ramagem e é uma pessoa competente segundo a própria
Polícia Federal. E daí a relação de amizade? A minha segurança pessoal só não
dormia comigo. Por que não posso prestigiar uma pessoa? (...) Tirar em uma
canetada, desautorizar o presidente da República, ontem quase tivemos uma crise
institucional", explica.
Ainda de acordo com Bolsonaro, a decisão do ministro não repercutiu bem
entre os policiais federais. "Agora te pergunto, Alexandre de Moraes, o
senhor vai tirar o Ramagem da Abin, que é tão importante quanto? Senhor
Alexandre de Moraes aguardo uma canetada do senhor para tirar ele da Abin, para
ser coerente".
O presidente também foi questionado sobre o atrito entre ele e o
ex-ministro Sério Moro. "Eu acredito e sempre acreditei na questão de
interferência, para deixar bem claro, senhor Sergio Moro. O ônus da prova cabe
a quem acusa, nenhum superintendente foi trocado, eu sugeri duas posições e ele
não concordou. Ele passou a ser dono de tudo e não aceitava qualquer sugestão.
O ego falou mais alto a vida toda dele. Ninguém nega o trabalho de Moro
na Lava Jato, mas como ministro ele deixou a desejar.", disse Bolsonaro.
Moraes é o relator de ação protocolada pelo PDT. O partido questionou a
nomeação feita pelo presidente Jair Bolsonaro na esteira de uma série de
acusações do ex-juiz Sergio Moro de tentativas de interferência política na
Polícia Federal.
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