O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, se posicionou de forma contrária à norma técnica da pasta e reforçou que o uso de hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19 não tem eficácia comprovada.
Durante participação no programa "Sem Censura", da TV Brasil", o médico cardiologista diz que "todos usaram" o medicamento na fase inicial da pandemia, mas que a persistência na discussão e que a "confusão" criada com a vacina é "totalmente descabida".
"Essas medicações foram utilizadas no começo da pandemia e, na época, o uso era chamado de 'uso compassivo'. Todos usaram. Posteriormente, se viu que, nessas situações, essa medicação não era mais aplicada e foi testada em outros contextos, né? Essas medicações, inclusive eu já falei, são medicações cujo o uso científico ainda não está comprovada, mas essa confusão que querem criar entre vacina e cloroquina é totalmente descabida", declarou Queiroga.
A manifestação antivacina foi feita em tabela no documento assinado pelo secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Helio Angotti, uma liderança de ala do governo defensora das bandeiras negacionistas do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Angotti foi nomeado em junho de 2020 e à época ficou conhecido por ser um seguidor do guru Olavo de Carvalho, que faleceu nesta segunda-feira (24). O médico é formado pela Universidade Federal do Espírito Santo e é autor de livros contra o aborto.
O uso da cloroquina e qualquer outra medicação como tratamento preventivo ou "precoce" da doença causada pelo coronavírus é descartada pela ciência. Outras drogas específicas estão em fase de desenvolvimento, mas ainda não foram testadas em larga escala.