O governador Paulo Câmara autorizou, na manhã desta segunda-feira (31.01), o início do processo de licitação na Compesa, que permitirá a contratação de uma parceria público-privada para construção de uma usina solar no Estado, com capacidade de geração de 135 MW.
A iniciativa, inédita entre as empresas de saneamento do
País, tira a Compesa do patamar de maior consumidora de energia elétrica de
Pernambuco e a coloca como uma das maiores geradoras do Estado. No projeto, o
investimento total do parceiro privado será de R$ 527 milhões, com prazo do
contrato estipulado em 29 anos.
“A energia produzida vai atender 65 unidades consumidoras, entre as
estações de tratamento e estações elevatórias de alta e média tensão da
Compesa, representando uma economia de 37% em relação ao valor pago à
distribuidora do Estado”, afirmou Paulo Câmara.
Nos quatro primeiros anos da concessão, o fornecimento será feito dentro
do mercado livre de contratação, ambiente onde a energia é geralmente mais
barata. “Após a assinatura do contrato, a parceira terá o prazo de seis meses
para migração das unidades de consumo para o mercado livre de contratação e
elaboração do projeto para construção da usina em até quatro anos”, explicou a
presidente da Compesa, Manuela Marinho. Ela estima que, no total, durante o
período de vigência do contrato, a economia real para a companhia será de R$ 1
bilhão.
O gasto com energia elétrica é bastante significativo para as companhias
de saneamento. No Brasil, cerca de 98% delas têm entre seus três maiores custos
as despesas com esse insumo. Ainda de acordo com Manuela Marinho, em 2021 a
Compesa foi responsável por 4% de toda a energia consumida em Pernambuco,
número maior que os consumos individuais de 177 municípios do Estado. “Dessa
forma, precisamos buscar fontes de energia renováveis e mais baratas para
atender a nossa demanda e garantir que essa economia interna seja convertida em
investimentos e em saneamento”, argumentou.
No rol de investimentos para geração de energia renovável, a Compesa já
licitou e assinou ordem de serviço para implantação de três usinas solares no
município de Flores, no Sertão do Pajeú, que somam juntas uma potência de 1,1
MWp e vão produzir energia na modalidade de geração distribuída por autoconsumo
remoto para 38 unidades consumidoras, como escritórios e lojas de atendimento
da Compesa. Com a iniciativa, a expectativa é de uma economia de até R$ 2
milhões ao longo dos cinco anos de contrato.
A companhia também está em vias de licitar a construção de três usinas
solares flutuantes nas barragens de Duas Unas, Pirapama e Tapacurá, somando uma
potência de 12 MWp para atender 630 unidades da Compesa. O projeto deve começar
a operar em 18 meses, após a assinatura do contrato, e vai gerar uma economia
de R$ 81 milhões ao longo dos 20 anos de vigência.
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