A leva de pesquisas de intenção de votos aplicadas em janeiro está próxima do fim sem que se registre nenhuma alteração expressiva no ranking dos atuais pré-candidatos a presidente da República em outubro. Isso é muito bom para Lula, mais ou menos para Bolsonaro, e ruim para os demais.
Bom para Lula porque é mais um mês que se vai com ele disparado
na frente dos seus adversários; mais ou menos para Bolsonaro porque ele segue
isolado em segundo lugar, embora a 20 pontos de distância de Lula; ruim para o
resto porque nenhum deles por enquanto ameaça ultrapassar Bolsonaro.
O Instituto
de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) conferiu que se o
primeiro turno da eleição tivesse ocorrido nos últimos dias 24 e 25, Lula teria
obtido 44% dos votos válidos contra 24% de Bolsonaro, 8% de Ciro, 8% de Moro e
2% de João Doria. Novidade, só o empate entre Moro e Ciro que estava atrás.
O cientista político Antonio Lavareda,
presidente do instituto, acha que Lula deve se preocupar mais em manter seu
atual contingente de votos (44%) do que fazê-lo crescer. Em 1994 e 1998,
Fernando Henrique Cardoso se elegeu presidente no primeiro turno com 36,3% e
33,9% do total de votos, respectivamente.
Em 2002,
Lula venceu o primeiro turno com 34,2% dos votos, elegendo-se no segundo ao
derrotar José Serra. Quatro anos depois, o percentual de votos de Lula no
primeiro turno foi de 37,1%. No segundo turno, ele se reelegeu derrotando
Geraldo Alckmin. Lula, no momento, pode ter atingido seu teto de votos.
Acontece
justamente o contrário com Bolsonaro, empacado há meses ao redor da casa dos
24% das intenções de voto. Em 2018, votaram nele no primeiro turno 34% do total
de eleitores. Hoje, ele tem 10 pontos a menos. Ainda assim, é grande sua
vantagem sobre Ciro e Moro, empatados em terceiro lugar.
O Auxílio
Brasil, substituto do programa Bolsa Família que começou a ser pago em dezembro
passado, não surtiu até agora o efeito de empurrar Bolsonaro para o alto. Nas
simulações de segundo turno, não só da pesquisa Ipespe, Bolsonaro perde para
Lula por larga margem, para Ciro, Moro, e até para Doria.
O Nordeste é
a região que menos vota em Bolsonaro, mas ali ele conserva o que teve no
primeiro turno da última eleição. Onde mais perde votos é no Sudeste, não entre
os pobres, mas entre os mais ricos e escolarizados, não entre as mulheres, mas
entre os homens. Bolsonaro é o candidato mais rejeitado (64%).
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