O PT não pretende vetar a candidatura de João Paulo Cunha à Câmara dos Deputados. Condenado no escândalo do mensalão, o ex-presidente da Câmara organizou uma plenária na cidade de Osasco, em dezembro, para anunciar os planos de disputar a eleição pelo partido.
Dirigentes do PT em nível nacional e estadual
dizem que João Paulo Cunha está elegível e que não existem motivos para
impedi-lo de concorrer à Câmara. O ex-deputado recebeu uma pena de seis anos e
quatro meses de prisão por seu envolvimento no mensalão, mas teve a condenação perdoada pelo STF em março de 2016.
O PT só pediu para João Paulo
formalizar até março a intenção de concorrer à eleição. O prazo é considerado o
limite para fechar as candidaturas que o partido lançará em São Paulo.
Pessoas que conversaram com João
Paulo disseram que ele não tomou uma decisão porque está preocupado com a
viabilidade eleitoral. Petistas acreditam que o ex-deputado só entrará na
disputa se tiver certeza de que conseguirá os votos necessários para se eleger.
Uma votação inexpressiva seria vista como um suicídio político para João Paulo.
Em 2012, quando Fernando Haddad concorria
à prefeitura de São Paulo, João Paulo foi pressionado pelo PT a desistir de uma
candidatura em Osasco para não prejudicar as chances de vitória na capital
paulista. Segundo petistas ouvidos pela coluna, a mudança de posicionamento se
justifica porque o contexto político era outro e a rejeição a João Paulo era
muito maior naquela época. Ele renunciou ao mandato de deputado quando foi
preso em 2014.