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sábado, 5 de fevereiro de 2022

Variante do HIV mais transmissível e agressiva é encontrada por pesquisadores

A variante do HIV, surgida provavelmente entre os anos de 1980 e 1990, foi detectada em mais de 100 pacientes analisados em uma pesquisa da Universidade de Oxford e publicada na última quinta-feira (3) na revista Science. 

Batizada como "variante VB", abreviação em inglês para "variante virulenta do subtipo B", ela demonstrou ser capaz de levar a uma maior carga viral no sangue em comparação com outros tipos do vírus. Ela também é mais transmissível e diminui mais rapidamente as células de defesa T-CD4 do corpo.

Segundo reportagem do UOL, os autores da pesquisa estimam que a variante surgiu na Holanda e se espalhou rapidamente nos anos 2000, perdendo força a partir de 2010. Mas esta é a primeira vez que a variante é descrita e mapeada em indivíduos.

Em entrevista à BBC, um dos autores, o pesquisador Chris Wymant, disse que os resultados não devem preocupar a população, porque a resposta ideal a essa e outras variantes do HIV já existe: testes e tratamento.

De acordo com os pesquisadores, em comparação com outros tipos de HIV, a variante VB mostrou ser mais virulenta, transmissível e agressiva em pessoas que ainda não tinham passado por tratamento. No entanto, depois do tratamento, pessoas com a variante VB passaram a apresentar recuperação de células CD4 e indicadores de mortalidade semelhantes aos daquelas com outros tipos de HIV.

"A descoberta dessa variante reforça a importância de orientações que já existem: que os indivíduos com risco de contrair o HIV tenham acesso a testes regulares, permitindo o diagnóstico precoce, seguido de tratamento imediato", escreveu Wymant.

O HIV é o vírus que causa a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids). A Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids) estima que 37,7 milhões de pessoas viviam com HIV no mundo em 2020, ano em que ocorreram 1,5 milhão de novas infecções. Naquele ano, estima-se que 680 mil pessoas morreram por problemas de saúde relacionados à Aids (contra 1,9 milhão em 2004 e 1,3 milhão em 2010).

Segundo a reportagem, em 2020, 73% das pessoas com HIV tinham acesso a tratamento, hoje feito à base de medicamentos —muitas vezes apenas uma pílula tomada diariamente ? e considerado muito eficaz.

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