A facção carioca Comando Vermelho (CV) e a paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) são rivais há mais de uma década, no entanto, diligências das forças de segurança têm revelado movimentações de aliança entre elas, com mais frequência na Bahia.
As facções têm todo um processo de divisão do que realizam para adquirir ganhos e fomentar a economia do crime. Com base nisso, ou elas dividem territórios ou atuam sob consenso. Isso inclui internet, distribuição de gás, água e cargas”, analisou o especialista em segurança pública Leonardo Sant’Anna à coluna de Mirelle Pinheiro do portal Metrópoles.
No início deste mês, a Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) deflagrou a Operação Bella Ciao para desarticular um consórcio criminoso responsável pelo tráfico interestadual de drogas e armas que abasteciam o Complexo do Alemão, na Zona Norte da capital fluminense, e movimentou mais de R$ 250 milhões em atividades ilícitas nos últimos anos. Dois alvos foram presos na operação: um em Taubaté, no interior de São Paulo, e outro no Rio de Janeiro.
Trégua Histórica
No mês de fevereiro deste ano, uma articulação levou a uma trégua histórica entre o PCC e o CV. As facções criminosas se uniram para tentar pressionar o governo a flexibilizar as regras do Sistema Penitenciário Federal (SPF), onde seus principais líderes estão encarcerados com rígidas restrições. No entanto, a trégua durou apenas dois meses.
A segurança pública tem sido ameaçada principalmente porque não se encontra uma solução menos burocrática para investimentos. Falta celeridade para que o Estado consiga alcançar a velocidade das facções criminosas; elas não têm burocracia, não têm que pedir permissão e fazer licitação para compra de armamento, não têm que pedir autorização para entrada e saída do que elas comercializam dentro dos territórios”, concluiu o especialista.