O Ministério das Relações Exteriores decretou que diversos telegramas trocados nos últimos dez meses entre a embaixada dos Estados Unidos e o Brasil fossem entendidos como documentos sigilosos pela próxima década. Segundo informações divulgadas pelo Estadão, os documentos tratam de temas sensíveis dentre os quais estão o tarifaço e as sanções contra Alexandre de Moraes.
Ao todo, 25 cartas foram colocadas sob sigilo, sendo que nove foram definidos como secretos e 14 como reservados. Já dois postos no nível mais alto de segredo.
Todos os documentos foram enquadrados no inciso II, do artigo 23, da Lei de Acesso à Informação (LAI), que restringe o acesso a qualqer informações quando conteúdo pode “prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações internacionais do País”.
Entre os comunicados agora colocados como sigilosos, está um que abordava uma “repressão transnacional”, além de abordar assuntos ligados ao Congresso Nacional e os Estados Unidos. O telegrama foi enviado pela Embaixada brasileira em Washington, no dia 26 de junho, mesmo dia em que o deputado republicano Chris Smith pediu, ao secretário de Estado, Marco Rubio, sanções contra Alexandre de Moraes.
As sanções contra políticos brasileiros, que tiveram seus vistos revogados, além da aplicação da Lei Magnitsky vieram quase um mês depois, em 30 de julho.
Além do tarifaço e das sanções contra políticos e ministros brasileiros, os telegramas também abordam assuntos como processos judiciais movidos contra Moraes por plataformas como Rumble e Truth Social; subsídios para conversas com parlamentares e autoridades americanas; e cooperação bilateral contra ilícitos e crime organizado.
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