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quinta-feira, 3 de outubro de 2019

MPPE requer na Justiça suspensão de remoção do delegado de Arcoverde


O Ministério Público do Estado de Pernambuco (MPPE) ingressou com pedido de tutela antecipada antecedente, na quarta-feira (2), contra o Estado de Pernambuco, pleiteando decisão liminar para suspender a remoção do delegado seccional de Arcoverde, no Sertão do Moxotó, Israel Rubis.

No último dia 28 de setembro de 2019, foi publicado no Boletim da Secretaria de Defesa Social, o ato de remoção do delegado, para que ele se apresentasse no novo local designado nos próximos dias – no caso, Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata Sul. O fato gerou insatisfação da população arcoverdense, que tem se manifestado nas ruas da cidade, principalmente nas adjacências da Câmara Legislativa.

Desde sua chegada à chefia da Delegacia Seccional de Arcoverde, em maio de 2018, Israel Rubis foi responsável pela realização de diversas Operações de Intervenção Tática, como São João Seguro, Inocência, Boas Festas e Shotgun, em 2018; e Cruzeiro de Sangue, Carnaval Seguro, Pacificação, Vigiar e Punir, em 2019. Além disso, também foi responsável pelas Operações de Intervenção Qualificada: Entrega Cancelada, Pharmacum; Heródes e Repressão, em 2018; e Asfixia, Narcos e Moxotó, este ano.

O atendimento do interesse público reflete-se na ampla adesão aos movimentos sociais em prol da permanência do Delegado em Arcoverde. A própria população tem manifestado o interesse na permanência da referida autoridade policial porque sente, de fato, a melhora na segurança pública em Arcoverde e região”, comentou o promotor de Justiça Bruno Miquelão Gottardi.

Entendendo que não havia base para a remoção de Israel Rubis, e que isso poderia, inclusive, causar prejuízo ao trabalho da Polícia Civil (PC) na localidade, o promotor Bruno Miquelão instaurou de ofício o Procedimento Preparatório nº 004/2019, para apurar a veracidade da remoção e suas eventuais razões. “Ante as diligências do referido procedimento ainda em curso, bem como a já declarada existência de fato da remoção de ofício do delegado de Polícia, por parte da Secretaria de Defesa Social, é necessária e urgente a tutela antecipada antecedente à ação principal”, destacou o promotor, na ação.

Vereadores investigados

Segundo o Jornal do Commercio, o delegado estava investigando um esquema de desvio de verbas públicas envolvendo pelo menos sete vereadores da cidade – alguns deles fazem parte do PSB. O dinheiro teria sido desviado por meio de pagamentos de diárias para um congresso. O valor ainda está sob investigação da Delegacia de Arcoverde.

Além da investigação envolvendo vereadores de Arcoverde, moradores da região afirmam que a transferência também tem relação com uma perseguição ao delegado, que prendeu o filho da presidente da Câmara Municipal, Célia Galindo (PSB), durante uma operação que desarticulou uma quadrilha especializada em homicídios em dezembro do ano passado.

No último dia 2 de setembro, Célia Galindo usou o plenário da Câmara dos Vereadores de Arcoverde para criticar o delegado, chamando-o de “camarada descarado”. A Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe) emitiu nota de repúdio, e pontuou que o delegado apenas cumpriu o seu dever ao prender a organização criminosa.

Resposta

Em nota, a PC afirmou que “transferências de profissionais são corriqueiras e naturais dentro não apenas na Polícia Civil, mas em qualquer órgão público. Os servidores públicos devem ir ao encontro da necessidade da população e também atuar de forma integrada dentro plano estratégico de segurança que traga resultados na redução da criminalidade. Insinuar que a transferência técnica tem motivação política é desconhecer completamente as razões reais ou tentar manipular os fatos para tirar algumas vantagens com esse processo de desinformação da população. Como todas as falsas narrativas, não se sustentam”, informou.

Blog: O Povo com a Notícia