Durante coletiva realizada em Curitiba, no Paraná, na manhã desta
terça-feira (22), a Polícia Federal confirmou que em uma das contas paralelas da
Odebrecht foi encontrado o valor de R$ 66 milhões.
De acordo com o procurador do Ministério Público Federal (MPF), Carlos
Fernando dos Santos, esta é uma importante fase, já que se confirma o uso de
propina e de um setor específico da Odebrecht para fins de prática criminosa.
Em coletiva, a PF afirma que foi apreendido um material vasto e que se
iniciou esta fase a partir da prisão de uma funcionária da Odebrecht, na última
semana. Este material comprova a movimentação de valores vultuosos e a atuação
direta de executivos do alto escalação da Odebrecht.
Segundo informações da PF, após análise de parte do material apreendido,
descortinou-se um esquema de contabilidade paralela no âmbito do Grupo
Odebrecht destinado ao pagamento de vantagens indevidas a terceiros, vários
deles com vínculos diretos ou indiretos com o poder público em todas as
esferas.
O material indicou a realização de entregas de recursos em espécie a
terceiros indicados por altos executivos do Grupo Odebrecht nas mais variadas
áreas de atuação do conglomerado empresarial. Há indícios concretos de que o
Grupo Odebrecht se utilizou de operadores financeiros ligados ao mercado
paralelo de câmbio para a disponibilização de tais recursos. Os investigados
responderão pelos crimes de corrupção, evasão de divisas, organização criminosa
e lavagem de ativos.
Participam da ação 380 policiais, e serão cumpridos 67 mandados de busca
e apreensão, 28 mandados de condução coercitiva, 11 mandatos temporários e
quatro prisões preventivas.
Em nota divulgada à imprensa nesta terça-feira, a Odebrecht confirma que
a Polícia Federal cumpriu hoje mandados de prisão, condução coercitiva e busca
e apreensão em escritórios e residências de integrantes em algumas cidades no
Brasil. “A empresa tem prestado todo o auxílio nas investigações em curso,
colaborando com os esclarecimentos necessários”, diz a nota.
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