O Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu
0,23% em junho, após alta de 0,31% no mês anterior, informou o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. É o menor
índice desde agosto de 1998 (-0,51%) e a primeira vez em 11 anos que foi
registrada deflação no indicador – em 2006, o índice ficou em -0,21%.
O resultado também é o mais baixo para o mês de junho desde o
início do plano Real. “O IPCA nunca foi tão baixo desde agosto de 1998, quando
a taxa atingiu -0,51%”, também ressaltou o IBGE em nota.
O primeiro semestre do ano fechou
em 1,18%, bem menos do que os 4,42% registrados em igual período do ano
passado. Considerando-se os primeiros semestres do ano, é o resultado mais
baixo da série.
No acumulado de 12 meses até
junho, o IPCA teve alta de 3%, contra alta 3,6% de maio. Pesquisa da Reuters
apontou que a expectativa de analistas era de queda de 0,17% em junho,
acumulando em 12 meses alta de 3,06%.
Deflação
Segundo o IBGE, alguns setores
ajudaram o IPCA a registrar a primeira deflação em 11 anos. As contas de
energia elétrica, que em maio haviam subido 8,98%, puxando a elevação do índice
de inflação a 0,31%, fizeram um movimento contrário em junho, com queda de
-5,52%. Isso se deveu, principalmente, à passagem da bandeira vermelha para a
verde, que significa uma redução de 3 reais a cada 100 kWh consumidos.
Os combustíveis tiveram queda de
-2,84%, levando o grupo de Transportes a -0,52%, com destaque para as duas
reduções seguidas no preço da gasolina, autorizadas pela Petrobras, no final de
maio e em junho, além da variação de -4,66% no litro do etanol.
Já os alimentos, que representam
26% do IPCA, tiveram queda de -0,50%, puxada pela alimentação em casa (-0,93%),
com redução em todas as regiões pesquisadas. Itens importantes, como
tomate, batata-inglesa e frutas, tiveram quedas significativas nos preços,
de acordo com o instituto. Segundo a coordenadora de índices de
preços do IBGE, Eulina Nunes, “essa baixa nos preços reflete
os resultados positivos da safra e os efeitos da redução no poder aquisitivo da
população, que levam o comércio a fazer ofertas e promoções”. (Via: Reuters)
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