As contas do governo registraram um déficit primário de R$ 56,09 bilhões
no primeiro semestre deste ano, informou a Secretaria do Tesouro Nacional nesta
quarta-feira (26).
Esse é o terceiro ano seguido em que as contas ficam no vermelho neste
período. Esse foi o pior resultado para o primeiro semestre desde o início
da série histórica, em 1997, ou seja, em 21 anos. Até então, o maior déficit
para esse período havia sido registrado em 2016 - quando o rombo somou R$ 36,47
bilhões no primeiro semestre.
Segundo o Tesouro Nacional, houve uma antecipação do pagamento de
precatórios em maio e junho de 2017, que normalmente aconteceria somente no fim
do ano.
Sem esse efeito, informou o governo, as contas do governo teriam
registrado um rombo menor, de R$ 38 bilhões no primeiro semestre. Ainda assim
seria o pior resultado da série histórica.
O fraco resultado das contas públicas também acontece em um ambiente
ainda de baixo nível de atividade, que tem se refletido na arrecadação de
impostos e contribuições federais.
Embora apareçam alguns sinais de melhora no ritmo da economia, como na
produção industrial, o desemprego ainda segue alto. Tensões políticas recentes
também impactam o nível de confiança do empresariado.
Somente no mês de junho, de acordo com dados oficiais, as contas do
governo registraram um déficit primário (sem contar juros da dívida pública) de
R$ 19,79 bilhões. Esse foi o segundo mês seguido com as contas no vermelho e,
também, o pior resultado para meses de junho. No mesmo período do ano passado,
as contas do governo tiveram déficit de R$ 9,79 bilhões.
De acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional, as receitas totais
recuaram 1,2% em termos reais (após o abatimento da inflação) de janeiro a
junho deste ano, na comparação com igual período de 2016, para R$ 664,8
bilhões.
As despesas totais caírammenos: 0,5% em termos reais, na comparação com
os seis primeiros meses do ano passado, para R$ 604,27 bilhões. O governo
argumenta que a maior parte das despesas são obrigatórias, diminuindo sua margem
de manobra para sua retenção. (Via: Folhapress)
Blog: O Povo com a Notícia