Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil e
da Petrobras, foi preso durante a operação Cobra, 42ª fase da Lava Jato, deflagrada nesta quinta-feira (27), pela Polícia Federal. Foram cumpridos 11 mandados de
busca e apreensão e três de prisão temporária no Distrito Federal, Pernambuco,
Rio de Janeiro e São Paulo. Os presos serão trazidos para a
Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. Segundo nota da PF,
também são alvos desta fase pessoas ligadas a ele pela prática dos crimes de
corrupção e lavagem de dinheiro.
Em junho deste ano, o juiz federal Sérgio Moro,
responsável pela Lava Jato em primeira instância, autorizou o inquérito contra
Bendine após pedido do Ministério Público Federal (MPF). O ex-dirigente foi
citado em delações premiadas dos ex-executivos Marcelo Odebrecht e Fernando
Ayres da Cunha Santos Reis.
Os
ex-executivos da Odebrecht disseram que Bendine teria solicitado 'pagamento de
vantagem indevida' para a empreiteira não ser prejudicada em contratos com a
estatal. Marcelo Odebrecht declarou que declarou que, após solicitação de
Bendine, ‘ofereceu, prometeu e pagou vantagem indevida no valor de R$ 3
milhões’.
A delação
da Odebrecht ainda cita que Aldemir Bendine ‘apresentou-se como um
‘interlocutor da Presidente da República’, na época Dilma Rousseff (PT),
demonstrando poder agir em busca de atenuar os avanços da Operação Lava Jato.
“O valor
teria sido supostamente pago por meio de três entregas em espécie,
operacionalizadas pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, em local
indicado por André Gustavo Vieira da Silva, apontado pelos colaboradores como
sendo o intermediário do então presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine”,
anotaram os procuradores Paulo Roberto Galvão de Carvalho, Athayde Ribeiro
Costa e Jerusa Burmann Viecili no documento enviado a Moro.
O nome da
operação é uma referência ao codinome dado ao principal investigado nas tabelas
de pagamentos de propinas apreendidas no chamado Setor de Operações
Estruturadas da Odrebrecht durante a 23ª fase da operação.
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