O presidente Michel Temer tem dito a parlamentares aliados que, se
deixar a Presidência da República, os próximos alvos da Procuradoria-Geral da
República serão Rodrigo Maia, presidente da Câmara, e Eunicio Oliveira,
presidente do Senado. A informação foi divulgada pela colunista do G1, Andréia
Sadi.
Segundo a colunista, o discurso de Temer para os deputados, em conversas
reservadas nos últimos dias, é que o Ministério Público, comandado por Rodrigo
Janot, "persegue a classe política" e quer que a Presidência da
República seja comandada por Carmen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal
Federal. Isto porque, se Maia e Eunicio caírem, caberá, pela linha
sucessória, a presidente do STF assumir a Presidência.
Porém, de acordo com a coluna, em seus relatos aos parlamentares, Temer
omite que a lei só permite que presidentes sejam investigados por crimes
cometidos no mandato atual. Antes da delação da JBS, o próprio presidente já
havia sido delatado pela Odebrecht- mas não foi objeto de ação pela
procuradoria, que sequer pediu abertura de inquérito porque os supostos crimes
foram cometidos antes de assumir a presidência.
A colunista afirma que ele só foi denunciado porque foi gravado por
Joesley Batista, já como presidente, numa conversa em que, segundo a
procuradoria, indicava o cometimento de crimes. E porque, depois, o homem que
ele indicou para resolver as pendências da J&F foi pego numa ação
controlada recebendo 500 mil que a PGR diz que eram para Temer.
Com o discurso, o presidente apela aos deputados com uma espécie de
instinto de sobrevivência para derrubar a denúncia contra ele por corrupção
passiva na Câmara.
Blog: O Povo com a Notícia