Pré-candidato à Presidência da
República pelo PSL, o deputado Jair Bolsonaro (RJ) criticou a procuradora-geral
da República, Raquel Dodge, em entrevista à TV Bandeirantes. Ao apresentador
José Luiz Datena, ele rebateu o conteúdo de denúncia por racismo apresentada
contra ele pela PGR e disse que tem “imunidade total” para se expressar.
A procuradora-geral da República apresentou ao Supremo Tribunal Federal
(STF) uma denúncia contra o pré-candidato por racismo praticado contra
quilombolas, indígenas, refugiados, mulheres e LGBTs. De acordo com a denúncia,
em uma palestra no Clube Hebraica do Rio de Janeiro, em abril de 2017, Jair
Bolsonaro, em pouco mais de uma hora de discurso, “usou expressões de cunho
discriminatório, incitando o ódio e atingindo diretamente vários grupos
sociais”.
“Ela (Dodge) acha muito e não encontra nada”, disse Bolsonaro. “Quanto a
quilombolas, eu tenho imunidade total por quaisquer palavras, opiniões e votos.
Gostaria que Raquel Dodge nos acompanhasse nesse quilombola em que eu fui em
Eldorado Paulista para ver o desperdício de recursos, maquinários abandonados.
Eles não fazem absolutamente nada, é uma realidade”, afirmou.
Bolsonaro também criticou a procuradora-geral da República por ter entrado
com uma ação no Supremo contra o voto impresso nas próximas eleições. “Por que
ela entrou com a ação? Ela confia no voto eletrônico?”, questionou. Segundo o
parlamentar, com o voto impresso ele “ganharia a eleição no 1º turno”.
No programa de TV exibido neste domingo, Bolsonaro comenta ainda a
possível entrada do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa (PSB) na disputa
presidencial. Bolsonaro avaliou que tem “posições completamente diferentes” das
do ex-ministro do Supremo e citou temas como as cotas raciais. O deputado se
disse contrário a cotas raciais em universidades públicas.
Perguntado sobre como combater a corrupção, Bolsonaro afirmou que, para
isso, é necessário diminuir o tamanho do Estado e não aceitar indicações
políticas para cargos no governo. “As indicações políticas produzem a
ineficiência do Estado e levam à corrupção.”
Segundo o deputado, políticos corruptos “querem o fim do foro privilegiado
casado com o fim da prisão após a condenação em segunda instância”, pois os
processos contra eles levariam muito mais tempo para serem concluídos, ou seja,
somente quando chegarem à última instância.
Sobre a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Bolsonaro disse
que “não é caso de ficar feliz nem triste, mas tem que confiar na Justiça”.
Bolsonaro criticou ainda a intervenção federal na segurança no Rio de
Janeiro. O deputado considerou que a ação foi “uma medida de marketing” do
governo do presidente Michel Temer. Ele disse haver falta de “retaguarda
jurídica” para que militares atuem no Estado e classificou que a situação do
território fluminense é de guerra. O candidato do PSL considerou que, da forma
como está a legislação hoje, no caso de uma morte num confronto, o envolvido
teria problemas na Justiça. “Se estamos em guerra, os dois lados podem atirar”,
disse. (Via: Estadão)
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