Da prisão, o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, condenado na Operação Lava Jato, escreveu que o PT pode
ficar à vontade para tomar “qualquer decisão” sobre a eleição deste ano. Em
carta destinada à presidente nacional da sigla, senadora Gleisi Hoffmann (PR),
Lula também afirmou que quer a sua liberdade e que ficou feliz com o resultado
da última pesquisa Datafolha, divulgada na semana passada, na qual aparece com
30% ou 31% das intenções de voto nos três cenários em que seu nome foi testado.
A mensagem foi lida por Gleisi nesta segunda-feira (23) no Diretório
Nacional da legenda, que foi transferido para Curitiba após o encarceramento do
ex-presidente na Superintendência da Polícia Federal, há cerca de duas semanas.
“(Queria que vocês) ficassem totalmente à vontade para tomar qualquer decisão.
O ano de 2018 é muito importante para o PT, para a esquerda, para a democracia
e, para a mim, eu quero a minha liberdade”, leu a senadora Gleisi.
Lula escreveu ainda que existem
insinuações de que, se ele não for candidato à Presidência e ficar “longe dos
holofotes”, seria mais fácil assegurar uma decisão favorável a ele no Supremo
Tribunal Federal (STF). “Querida Gleisi, a Suprema Corte não tem que me
absolver porque sou candidato, porque vou ficar bonzinho, ela tem que votar
porque sou inocente e também para recuperar o papel constitucional que é ser
garantia do comportamento da constituição”, continuou Lula.
O petista terminou o texto mandando um “abraço carinhoso” para todos e
disse que está com “saudades”. “Fiquei feliz com a pesquisa (Datafolha) e
preciso discutir com os nossos para ver como fortalecer a ideia da prova. Vou
conversar com advogados para falarem com você. A luta continua. Até a vitória
final. Beijos do seu amigo e companheiro Lula”, despediu-se. A carta não foi
divulgada na íntegra, porém o vídeo com parte da leitura do documento foi
divulgado na página do ex-ministro Alexandre Padilha (PT) no Facebook.
Embora a Lei da Ficha Limpa impeça a candidatura de políticos condenados
em segunda instância, caberá à Justiça eleitoral dar a palavra final sobre a
participação ou não de Lula na eleição. O PT pretende pedir o registro da
candidatura do ex-presidente e levar a disputa judicial até o último recurso
possível. (Via: Estadão)
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