Quem disse?
“Tentam
mais uma vez destruir a reputação de […] Usam métodos totalitários, com
cerceamento dos direitos mais básicos para obter, forçadamente, testemunhos que
possam ser usados em peças de acusação”.
E quem disse?
“No
Brasil, alguns querem impedir candidatura. Busca-se impedir ao povo a livre
escolha. Reinterpreta-se a Constituição, as leis e os decretos ao sabor do
momento. Veem-se crimes em atos de absoluto respeito às leis e total obediência
aos princípios democráticos.”
Não, não
foi Lula, nem seus advogados que disseram. Foi Michel Temer. E ele o fez por
meio de nota oficial distribuída pela Secretaria de Comunicação da presidência
da República a propósito da recente prisão de 13 pessoas, algumas delas seus
diletos amigos.
Nada mais
parecido com um político liberal do que um político conservador, dizia-se no
passado. Hoje, nada mais parecido com um político de esquerda às voltas com
denúncias que podem pôr seu futuro em risco do que um político de direita nas
mesmas condições.
Temer e
Lula têm tudo a ver dadas as circunstâncias. A situação de Lula é pior porque
ele já foi condenado três vezes por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Temer usou o cargo com sucesso para escapar de duas denúncias por crimes
semelhantes. Talvez não escape à terceira.
É por
isso que fria e calculadamente, Lula torce para que Temer se dê bem. A
recíproca é verdadeira. Outro dia, Lula elogiou a capacidade de resistência de
Temer e sua disposição para manter-se de pé. Mais de uma vez, Temer afirmou que
o melhor seria que Lula pudesse ser candidato.
Os dois
são velhos amigos e parceiros há muito tempo no exercício do poder. E por
experientes, sabem que enfrentam o mesmo tipo de perigo e o mesmo inimigo – um
Brasil menos corrupto que tenta nascer contra a vontade do Brasil velho
corrupto de guerra que insiste em sobreviver.
Lula e
Temer dominam os mesmos códigos e compartilham as mesmas práticas políticas.
Natural, pois, que falem a mesma língua. (Via: Blog Noblat - Veja)
Blog: O Povo com a Notícia