O ministro interino da Defesa,
general Joaquim Silva e Luna, afirmou ao jornal "O Globo" que os
comentários do comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, publicados
nesta terça-feira (03) no Twitter foram no sentido contrário ao uso da força e
que a população "pode ficar tranquila" em relação ao teor do que foi
dito. Sem citar o julgamento do habeas corpus preventivo do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, previsto para esta quarta-feira (04) no Supremo Tribunal
Federal, o comandante do Exército fez comentários em "repúdio à
impunidade".
Em duas mensagens consecutivas publicadas no Twitter, o general indaga se
há quem pense "no bem do país".
"Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o
anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à
Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões
institucionais", disse na primeira mensagem.
Logo depois, em novo post, questionou: "O Exército Brasileiro julga
compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de
respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento
às suas missões institucionais. Nessa situação que vive o Brasil, resta
perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País
e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?".
O ministro interino da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, também
afirmou ao jornal “O Globo” que o general Villas Boas tem mostrado coerência,
que é uma marca de sua gestão.
"Ele tem preocupação com preceitos constitucionais. E valoriza nossas
bases, que são os anseios do povo, o legado em termos de valores para as
gerações futuras. A mensagem é que a população pode ficar tranquila, pois as
instituições estão aqui. Não é uma mensagem de uso da força. É o
contrário", afirmou o ministro.
Houve reação à fala de Villas Boas. A presidente do PT, senadora Gleisi
Hoffmann, disse que o respeito à Constituição implica na "garantia da
presunção da inocência".
"Assim como afirma o general Villas Boas, nós do PT defendemos o
combate à impunidade e o respeito à Constituição, inclusive no que diz respeito
ao papel das Forças Armadas. E o respeito à Constituição implica na garantia da
presunção de inocência", disse Gleisi em publicação no Twitter.
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