A imprensa internacional acompanha os resultados do primeiro turno no
Brasil e registra a “contundente vitória” de Jair Bolsonaro (PSL) no primeiro
turno, nas palavras do jornal argentino La Nación. Outro diário do país
vizinho, o Clarín afirma em título que Bolsonaro “arrasa” e entra com “vantagem
ampla” na disputa de segundo turno contra Fernando Haddad (PT). O britânico
Financial Times, por sua vez, afirma que “a eleição do candidato de
extrema-direita significaria uma mudança decisiva no maior país da América
Latina”.
O jornal The New York Times informa que a eleição foi ao segundo turno,
com “o candidato de extrema-direita muito perto de uma vitória direta”. Segundo
o diário americano, o descontentamento com a corrupção e a violência teve um
peso forte, diante das promessas de Bolsonaro de “mão de ferro” na política. O
NYT diz ainda que o candidato representa uma ruptura com o establishment
político, por ficar em primeiro lugar mesmo com um histórico de “declarações
ofensivas”.
O Wall Street Journal, por sua vez, diz que Bolsonaro atraiu votos de
eleitores que buscavam “a opção menos pior”. Outro diário americano, The
Washington Post afirma que o resultado representa “um choque” para os
brasileiros, em uma campanha que “dividiu a maior nação da América Latina em
linhas de gênero e raciais”.
Na França, Le Monde informa que haverá segundo turno, mas diz que ainda
existe incerteza sobre quem pode vencer. Segundo Le Figaro, Bolsonaro é um
candidato “populista da extrema direita”, que obteve votos de brasileiros
“exasperados pela corrupção e a violência”. Para esse jornal, o candidato do
PSL é um “nostálgico da ditadura”, que se apresenta como “salvador da pátria”.
No Reino Unido, The Guardian destaca que haverá segundo turno e aponta
em análise que apenas uma grande coalizão poderia provocar uma reviravolta
favorável a Haddad. Na Espanha, El País aponta o “claro triunfo” de Bolsonaro e
diz que os evangélicos brasileiros “se convertem à ultradireita”. Em análise, o
diário afirma ainda que “a democracia recua” no País.
Na Colômbia, o jornal El Tiempo cita a vitória de Bolsonaro, mas também
o fato de que ele não conseguiu evitar uma nova disputa nas urnas. O diário
registra a força dos evangélicos na campanha do capitão reformado do Exército.
No Chile, El Mercurio diz que Bolsonaro conseguiu “canalizar o mal-estar pela
corrupção e a violência” e sai com 17 pontos de vantagem na reta final. Outro
diário chileno, La Tercera avalia que os casos de corrupção e os votos contra o
PT tiveram papel crucial na disputa. Em um de seus títulos, o mesmo jornal diz
que o “Trump do Brasil”, referência ao presidente dos Estados Unidos, Donald
Trump, conseguiu mexer no tabuleiro político do País, além de destacar a
derrota da candidatura da ex-presidente Dilma Rousseff ao Senado, em Minas
Gerais.
No México, El Universal dá menos destaque à notícia, mas registra que
Bolsonaro e Haddad vão ao segundo turno. Outro jornal mexicano, Reforma afirma
que a eleição é uma das disputas mais duras da história brasileira. (Via: Estadão)
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