Após vazamento de áudio sobre suposta articulação para troca do líder do
PSL na Câmara, o presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (17) que,
se alguém o “grampeou”, foi um ato de desonestidade. “Eu não trato publicamente
deste assunto. Converso individualmente. Se alguém grampeou telefone, primeiro
é uma desonestidade”, afirmou o presidente.
Na noite de quarta-feira (16), um grupo de 27 deputados do PSL decidiu
destituir o líder da bancada na Câmara, Delegado Waldir (GO), substituindo-o
por Eduardo Bolsonaro (SP). Deputados do PSL ligados ao presidente da sigla, o
deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE), apresentaram nova lista, para manter
Delegado Waldir no cargo, e abriram uma “guerra de listas”.
O pedido para a troca de líder do PSL na Câmara foi feito pelo próprio
presidente Jair Bolsonaro, que conversou com parlamentares do PSL e cobrou
apoio para seu filho “zero três”. Na terça-feira (15), Delegado Waldir havia
orientado a bancada do PSL a votar contra uma Medida Provisória que tratava da
reestruturação administrativa da Casa Civil e da Secretaria de Governo.
A conversa gravada, atribuída ao presidente, na qual solicitava apoio
para derrubada do Delegado Waldir, foi divulgada na noite de quarta pela
imprensa. “Eu falei com alguns parlamentares. Me gravaram? Deram uma de
jornalista? Eu converso com os deputados”, disse Bolsonaro.
Questionado se pedirá investigação sobre o vazamento, Bolsonaro deixou a
conversa com a imprensa em frente ao Palácio da Alvorada, onde o presidente
costuma fazer selfies com fãs e conversar e responder a perguntas de
jornalistas.
Crise
Bolsonaro externou a crise no partido na última semana, ao pedir a um
militante que “esquecesse o PSL” e dizer que Bivar estava “queimado para
caramba”. Desde então, a sigla está rachada entre os pró-Bivar e os pró-Bolsonaro.
Na última terça-feira (15), uma operação de busca e apreensão deflagrada
pela Polícia Federal em endereços ligados a Bivar, no Recife, agravou a crise
no partido e ameaça prejudicar o andamento de projetos de interesse do Palácio
do Planalto no Congresso. (Via: Agência Estado)
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