A Justiça determinou, nesta
quarta-feira (09), que o delegado Israel Lima Braga
Rubis volte a atuar na Delegacia de Arcoverde, no
Sertão do Estado. A decisão da 2ª Vara Cível da Comarca de Arcoverde atende ao pedido de tutela antecipada proposto
pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que apura uma
suposta motivação política na transferência do delegado para Vitória de Santo
Antão, determinada pela Secretaria de Defesa Social (SDS). Vários
protestos já foram realizados por moradores de Arcoverde, revoltados com a
remoção compulsória de Rubis.
No pedido à Justiça para que a transferência fosse suspensa, o
promotor Bruno Miquelão destacou que “a própria população tem
manifestado o interesse na permanência da referida autoridade policial porque
sente, de fato, a melhora na segurança pública em Arcoverde e região”.
Moradores da cidade denunciam que a transferência tem caráter político,
porque o delegado Israel Rubis investigava sete vereadores que, em tese, teriam
recebido o pagamento de diárias, mas não teriam comparecido a um congresso
realizado em Maceió, Alagoas. A investigação do suposto esquema de desvio
de verbas públicas ainda não foi concluída.
Outro detalhe é que o mesmo delegado prendeu, em dezembro do ano passado,
o filho da presidente da Câmara de Vereadores de Arcoverde durante operação
para desarticular uma organização criminosa suspeita de homicídios.
Em entrevista ao Ronda JC,
na semana passada, Israel Rubis afirmou que foi surpreendido pela mudança.
“Não me foi dada a oportunidade de escolha. Fui apenas comunicado pela Chefia
da Polícia Civil. A população entendeu como uma remoção política, em virtude de
estarem sendo realizadas investigações contra vereadores, e resolveu se
mobilizar contra tal ato.”
Chama a atenção também que o delegado foi transferido para uma delegacia
que sequer tem estrutura física finalizada para o trabalho dos policiais, como verificou a equipe do Jornal do
Commercio.
Em meio aos questionamentos, a Polícia Civil afirma que não há caráter
político na remoção. “Transferências de profissionais são corriqueiras e
naturais dentro não apenas na Polícia Civil, mas em qualquer órgão público. Os
servidores públicos devem ir ao encontro da necessidade da população e também
atuar de forma integrada dentro plano estratégico de segurança que traga
resultados na redução da criminalidade. Insinuar que a transferência
técnica tem motivação política é desconhecer completamente as razões reais ou
tentar manipular os fatos para tirar alguma vantagem com esse processo de
desinformação da população.”
INVESTIGAÇÃO: O promotor Bruno Miquelão também instaurou uma investigação para
apurar os motivos que levaram à troca de delegados. Ele determinou envio
de ofício à SDS requisitando informações num prazo de até dez dias. Entre as
perguntas, o promotor quer saber qual o interesse público na remoção do delegado,
e se a mudança de município foi voluntária ou não. (Via: Ronda Jc)
Blog: O Povo com a Notícia